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Carros quebrados

Erros do passado assombram a Tuiuti

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Autor/Imagem:
Fábio Grellet e Fernanda Nunes

A Paraíso do Tuiuti foi a quinta a desfilar na segunda noite de exibições no sambódromo do Rio, já na madrugada desta terça-feira, 5. Escola de pouca tradição na elite do carnaval carioca, a agremiação vive uma alternância de resultados: em 2017, o carro abre-alas se desgovernou quando entrava na pista do sambódromo e prensou contra as grades pessoas que estavam nas laterais.

O grave acidente matou uma radialista e feriu outras 31 pessoas. Em 2018, embalada por um belo samba e um inspirado enredo sobre escravidão e miséria, a escola conquistou o vice-campeonato, só perdendo para a tradicional Beija-Flor. Neste ano a escola voltou a decepcionar por conta dos carros alegóricos: dois deles tiveram problemas e causaram atrasos e problemas de harmonia e evolução. A última alegoria, aparentemente muito pesada para se deslocar pela pista, precisou ser parcialmente desmontada para ficar mais leve.

Várias partes precisaram ser arrancadas às pressas, poucos metros antes do início da pista do sambódromo. Devido aos problemas, agora a escola corre risco até ser rebaixada. A apuração acontece nesta quarta-feira, 6, no próximo sambódromo. As seis escolas mais bem colocadas voltam a se apresentar no próximo sábado, 9, quando ocorre o Desfile das Campeãs.

Sob o comando do carnavalesco Jack Vasconcelos, o Tuiuti contou a história do bode Ioiô, que foi “eleito” vereador em Fortaleza em 1922, num protesto popular. A escola narrou a luta do povo para sobreviver diante da seca (uma delas, em 1915, havia sido especialmente severa), e mostrou como era Fortaleza naquela época. O carro abre-alas, ocupado por cerca de cem figurantes que encenavam sertanejos em fuga diante da seca, era gigantesco e mais propenso a ter problemas de mobilidade, mas atravessou a Sapucaí sem dificuldades.

Houve duas menções ao momento político atual: uma ala em que pessoas fantasiadas de coxinhas (como ficaram conhecidos os críticos da esquerda) seguravam revólveres de brinquedo e o último carro alegórico (que precisou ser parcialmente desmontado), onde na parte traseira se lia a frase “ninguém solta a mão de ninguém”, que se popularizou entre os eleitores de esquerda após a eleição presidencial de 2018.

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