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O troco

Esquerda pode vencer em grandes cidades

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Bartô Granja, Edição/Com reportagem da Diálogos do Sul

A um mês das eleições municipais, em 15 de novembro, candidaturas do campo da centro-esquerda em capitais ou cidades importantes do país demonstram fôlego nas pesquisas para chegar à reta final e ir ao segundo turno. Maior cidade brasileira, São Paulo assiste ao avanço de Guilherme Boulos (Psol) e Jilmar Tatto (PT), segundo pesquisa Ibope divulgada nesta quinta-feira (15). Em relação ao levantamento anterior, de 2 de outubro, Boulos oscilou de 8% para 10%, enquanto o petista foi de 1% para 4%.

Apoiado por setores importantes do próprio PT, como o cientista político André Singer e a filósofa Marilena Chaui, além de personalidades da cultura, como Chico Buarque e Caetano Veloso, o ex-candidato à presidência da República do Psol tem como vice em sua chapa a ex-prefeita Luiza Erundina.

No mesmo campo, Jilmar Tatto (PT) tem a seu favor uma potencial possibilidade de crescimento entre o eleitorado cativo do partido. Segundo pesquisa Ibope/Estadão/ TV Globo do início de outubro, o PT é o partido que tem mais simpatizantes na capital (23%).

Embora a situação do campo progressista seja difícil em São Paulo, eventual conjunção de forças em torno de Boulos e Tatto, aliada ao esperado “derretimento” de Celso Russomanno (Republicanos), pode produzir uma surpresa na capital, levando a centro-esquerda a um segundo turno com o prefeito Bruno Covas (PSDB). Segundo o Ibope, o candidato do Republicanos foi de 26% para 25% em uma semana. Covas foi de 21% para 22% e Marcio França (PSB) está estacionado em 7%.

Em 2016, no início da campanha, Russomanno liderava as pesquisas com cerca de 30% e venceria o segundo turno em todos os cenários. Porém, o candidato só chegou em terceiro lugar na eleição, vencida por João Doria no primeiro turno, seguido pelo então prefeito Fernando Haddad. Antes, em 2012, largou na frente nas pesquisas e ficou atrás de Haddad e José Serra na reta final.

No final de setembro de 2020, o cientista político Oswaldo Amaral, do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), previa que Russomanno “tende a desidratar bastante”. Na ocasião, pesquisa Datafolha mostrava que o apoio do governador de São Paulo, João Doria (PSDB), e do presidente da República, Jair Bolsonaro, mais atrapalha de que ajuda em São Paulo.

Os dados mostravam que 64% dos eleitores da capital afirmavam que não votariam em um candidato de Bolsonaro em hipótese nenhuma, enquanto 59% deram a mesma resposta em relação a Doria. Na capital paulista, o presidente apoia Russomanno. E o governador apoia Covas, embora o prefeito esteja se escondendo desse apoio. De acordo com o levantamento do Ibope desta quinta, Russomano viu sua taxa de rejeição subir de 27% para 30%.

Em Guarulhos, na Região Metropolitana de São Paulo, segunda cidade mais populosa do estado, com 1,4 milhão de habitantes, pesquisa do RealTime Big Data, encomendada pela TV Record, aponta Elói Pietá (PT), ex-prefeito da cidade (2001-2008), com 28% das intenções de voto. O atual prefeito Gustavo Henric Costa, conhecido como Guti (PSD), vem atrás, com 25%. Os outros candidatos, Fran Correa (PSDB), com 5%, e Adriana Afonso (PL), com 3%, estão virtualmente fora do páreo.

Na capital do Ceará, as pesquisas apontam uma boa condição para a candidata de esquerda Luizianne Lins (PT). Ela tem 23% das intenções de voto, de acordo com pesquisa Ibope divulgada pela TV Verdes Mares na quarta-feira (14). E segue de perto a candidatura de Capitão Wagner (Pros), que tem 28%. Além de encostar no líder, a petista conta com trunfos consideráveis. A pesquisa revela que 33% dos eleitores afirmam que aumentaria muito a chance de votar em um candidato apoiado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

No caso do governador Camilo Santana, 20% fazem a mesma avaliação sobre um nome avalizado por ele. Ainda segundo o Ibope, a diferença entre Luizianne e Wagner diminui ainda mais quando é consultado apenas o eleitorado feminino: o candidato do Pros conta com o apoio de 25% das mulheres, contra 24% da ex-prefeita de Fortaleza.

Também do Ibope, levantamento encomendado pela TV Gazeta, divulgado na terça-feira (13), indica chance de o candidato progressista ser eleito o próximo prefeito de Vitória (ES). João Coser (PT) tem 22%, mesmo percentual do deputado estadual Fabrício Gandini (Cidadania).

Prefeito de Vitória entre 2005 e 2013, advogado, Coser é considerado um candidato sintonizado com o futuro e comunicativo, o que pode lhe dar fôlego e superar o adversário do Cidadania na linha de chegada.

Cidade mais importante da Região Sul do país, Porto Alegre também tem uma candidata da centro-esquerda como líder na corrida eleitoral, segundo pesquisas recentes. A do Ibope, de 5 de outubro pela RBS, traz Manuela D’Ávila (PCdoB) na dianteira, com 24% das intenções de voto. Ela está 10 pontos percentuais à frente de José Fortunati (PTB). Sebastião Melo (MDB) tinha 11%, e Nelson Marchezan Júnior (PSDB), 9%.

Na capital do Rio Grande do Sul, a candidata tem como vice o ex-ministro Miguel Rossetto (PT). A disparada de Manuela provocou uma série de fake newscontra a candidata. Segundo uma delas, a comunista havia caído do primeiro para o quinto lugar.

Na região Norte, a disputa eleitoral em Belém é liderada com folga por Edmilson Rodrigues (Psol), que aparece com 39% em pesquisa Ibope divulgada no início do mês, muito à frente de José Priante (MDB), que tem apenas 10%. Na capital do Pará, as pesquisas mostram o efeito da unidade política da esquerda. Rodrigues tem como vice o deputado estadual Edilson Moura (PT).

 

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