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Bolsonaro em xeque

Estilo doidão de Carluxo provoca ira de generais

Publicado

Autor/Imagem:
Ka Ferriche

Na infância dos mais experientes, seguidamente ouvíamos um ditado popular que dizia: “Escoteiros são uns meninos fantasiados de idiotas e o instrutor é um idiota fantasiado de menino.” Maldade… Essa analogia só veio fazer sentido em 2019, quando o instrutor Olavo de Carvalho foi acampar e acender fogueirinha com os meninos 01, 02 e 03 na Praça dos Três Poderes. Finalmente entendemos essa espécie de parábola.

Nesta segunda-feira 2, Gustavo Bebianno, ex-secretário de Governo, detonado pelo filho pródigo do presidente Bolsonaro, Carlos – segundo o indefinido Ciro Gomes, ele é a Libélula Deslumbrada -, fez importantes revelações no Programa Roda Viva. Seu depoimento representa uma ressonância magnética da realidade que acontece e levita o Palácio do Planalto. Testemunhas afirmam que tudo o que ele disse é verdade nesse contexto palaciano.

Notibras tem alertado sobre o fato há muito tempo e paciência tem limites. Nos bastidores, Bolsonaro, que embarcou na porralouquice dos escoteiros, está perdido. Quando deveria acolher e dividir a oposição sensível a um país melhor, dividiu seu próprio grupo, sua base no Congresso, como uma anta em uma loja de cristais. Seguiu os escoteiros. Meia dúzia de meninos, sem nenhuma experiência, tem influenciado, sim, os rumos do país.

A imprensa agora quer saber sobre a militarização do Executivo, inevitável, para impedir uma estratégia muito elaborada pelo Foro de São Paulo, agora abençoada pelo Papa argentino, que quer mais que o Flamengo desabe frente aos libertados por San Martín. A tríade que se esforça em dar sobrevida ao Brasil – Sérgio Moro, Paulo Guedes e Tarcício de Freitas – são atrapalhados em suas missões pelo próprio chefe e sua mania de achar que está no churrasco da cafona Barra da Tijuca – expressão que ele entende – com os escoteiros que tentam ler as estrelas e acender a fogueira sem fósforos.

Se a ilusão de ser pop star continuar, após ter seu eleitorado dividido, se a falta de noção de que não é o Messias, além de seu RG, o presidente corre sério risco de não continuar. Ao contrário do que a imprensa divulga ou insinua, os generais são unânimes em afirmar que não há a menor possibilidade de que as Forças Armadas apoiem um golpe militar.

A imprensa ácida não percebe e não revela que os generais são estudantes de escolas públicas, formados por elas, capacitados, profundos conhecedores do Brasil, quase todos poliglotas, que humildemente estariam em uma Roda Viva para falar de uma perspectiva democrática, de um país sem roubos, sem quadrilhas de colarinho branco, sem assaltantes dos cofres públicos e criminosos.

Embora a maioria deles não tenha a soberba, dificilmente contrataria Lula para lavar seus carros e cães. Teriam temor em ficar sem os dois.

Uma edição do Roda Viva teria que melhorar muito a qualidade da inquisição promovida sobre a cadeirinha 360 graus para arguir generais como Mourão, Augusto Heleno, Santos Cruz, Rocha Paiva, Paulo Chagas e outros. No episódio da TV online em que Bebianno foi a bola da vez, bastou ele dizer a verdade para desmontar o estilo démodé da imprensa parcial que orbita o bolivarianismo totalitário e irresponsável.

É necessário honestidade, integridade, sobre os fatos. Uma regra que a imprensa precisa resgatar, mas devemos reconhecer que o chefão precisa ajudar, é tratar os desmandos das concessões de radiodifusão de maneira reservada, usar a lei, se for o caso, para corrigir abusos existentes. A emissora que ele ataca é produto do regime militar que sua oposição ataca. Está nos anais da PGR, é só pesquisar.

Roberto Marinho fundou a TV, hoje bolivariana, com recursos estadunidenses da Time Warner e o governo que eles agora combatem, à época avalizou o tombo. Não tem inocente na tela. O mais chocante na entrevista de Bebianno foi a revelação de que o filho pródigo tomou assento no carro do então candidato na viagem para Juiz de Fora, após carreata em Brasília – como fez no dia da posse, destruiu o protocolo e retirou do Rolls Royce o vice, general Mourão – impedindo que a segurança, que já era precária, vestisse no Bolsonaro o colete que poderia ter evitado a facada quase fatal.

Bebianno deu detalhes. Carlos tirou do carro dois militares para embarcar um brinquedinho, um drone. E deu no que deu. Agora é aguardar a promessa do presidente de cumprir um único mandato. A maior parte do eleitorado torce por ele, mas assim está cada vez mais difícil. Se o presidente entender quem são os verdadeiros escoteiros, quem sabe terá uma chance em 2022.

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