Curta nossa página


Parte I

Fases da Lua, da cheia à minguante, afloram lado das fases da mulher

Publicado

Autor/Imagem:
Marco Mammoli - Foto de Arquivo

A lua sempre teve um papel central nos rituais de magia, especialmente nas tradições ligadas à natureza, como o paganismo, a Wicca, a bruxaria tradicional e práticas esotéricas em geral. A importância da lua nesses contextos está profundamente conectada ao seu simbolismo, aos seus ciclos e à sua influência energética. Cada fase da lua tem seu simbolismo próprio, mobilizando conexões distintas, que pode ser usada para diferentes propósitos mágicos. São quatro as grandes fases lunares e a cada uma delas temos simbologias específicas, bem como rituais específicos.

Na Lua Nova é o momento de renovação, início de ciclos, introspecção e plantar intenções; ideal para feitiços de novos começos. Na Lua Crescente é o período de crescimento, expansão, progresso; atrai prosperidade, amor, saúde ou oportunidades. Na Lua Cheia, a lua do poder máximo, ideal para rituais de manifestação, cura, clarividência e conexão espiritual intensa. Na Lua Minguante temos a fase de liberação, banimento, purificação, quebrar hábitos, cortar laços tóxicos, afastar energias negativas.

A lua está ligada ao princípio feminino (Yin), à Deusa, à intuição, ao inconsciente e às emoções. Representa, tradicionalmente, o ciclo da vida, na Lua Nova/Crescente; na Lua Cheia temos a maternidade, a fertilidade, poder, realização e na fase Minguante temos a sabedoria, transformação e morte simbólica. Essas representações estão presentes em mitologias e práticas mágicas como arquétipos espirituais, tornando-a um símbolo do feminino e do mistério por razões culturais, naturais e espirituais que se entrelaçaram ao longo dos milênios. Talvez o motivo mais direto da associação entre lua e feminino seja o paralelo entre o ciclo lunar (cerca de 29,5 dias) e o ciclo menstrual. Muitas culturas ancestrais notaram essa sincronia e intuíram um mistério sagrado.

A Lua passa a ser uma referência a fisiologia reprodutora feminina, na qual a mulher passa por fases: sangra, se renova, cresce, floresce, recolhe-se e recomeça. Isso fez da Lua um símbolo natural de fertilidade, regeneração e poder cíclico. Algumas tradições acreditavam que as mulheres menstruavam sob a Lua nova ou cheia — e rituais femininos eram muitas vezes marcados por essas fases.

Ao contrário do Sol, que é constante e visível o tempo todo, a Lua é mutável, noturna, misteriosa. Ela surge e desaparece, esconde-se, transforma-se. Isso ecoa a ideia do feminino como o oculto, o instintivo, o intuitivo. É sob a luz da Lua que os sonhos, os segredos, os encontros místicos e os rituais acontecem, representando esse universo simbólico das sombras, onde se revelam verdades que a luz do Sol não mostra. Isso a liga diretamente ao mistério, à magia e à psique profunda.

Na maioria das culturas antigas, a lua era personificada por deusas poderosas e muitas vezes ambíguas. Na Grécia temos Selene, Ártemis e Hécate, representando diferentes fases da lua e da mulher. No Egito temos Isis, ligada à magia, à morte e à renovação. Na cultura Maia temos Ixchel, a deusa da lua, da fertilidade e da tecelagem do destino. São inúmeras as figuras mitológicas que moldaram o imaginário coletivo, fazendo da lua um arquétipo do feminino sagrado. Enquanto o masculino, na simbologia tradicional, está ligado ao tempo linear de ação, conquista e progresso, o feminino está ligado ao tempo circular ao retorno, os ciclos, a transformação interna.

A Lua é a melhor representação desse tempo da alma, do invisível, da gestação tanto literal quanto simbólica. O feminino é o útero que acolhe, transforma e dá à luz e a Lua é seu espelho no céu. Com o passar das gerações e de culturas, a Lua foi se tornando símbolo do feminino e do mistério por ser mutável, noturna, introspectiva, como o inconsciente e os processos internos da alma. Biologicamente ela se reflete no ciclo menstrual e simboliza a fertilidade. Rege o ritmo natural do tempo interior, não o tempo cronológico. Sua influência cultural ancestral está presente em mitos de deusas que representam aspectos da mulher em suas fases.

A lua marca o tempo de forma natural. Por ser sincronizada com a natureza, em muitas tradições anciãs, rituais são agendados de acordo com as fases lunares, acreditando-se que atuar em harmonia com esse ciclo natural potencializa os efeitos mágicos. Por exemplo, realizar um ritual de prosperidade em lua crescente pode amplificar os resultados, ou fazer uma limpeza energética na lua minguante facilita a eliminação de bloqueios. Inúmeras práticas utilizando a força da Lua ainda persistem, como a consagração de objetos à luz da lua cheia, banhos de lua para recarregar energias, água lunar, feita deixando água sob a luz da lua, usada em feitiços, unções ou para beber em rituais e meditações lunares para conexão com a intuição e o inconsciente.

Para as tradições anciãs, o ciclo Lunar é de extrema importância e rico em simbolismos. O ciclo completo da Lua dura cerca de 29,5 dias (um mês lunar ou lunação) e durante esse tempo, ela passa por 4 fases principais e fases intermediárias. As intermediárias são: Crescente Côncava, Quarto Crescente, Gibosa Crescente, Gibosa Minguante e Quarto Minguante. Essas subdivisões mostram o ritmo gradual da mudança de luz, e cada uma tem significados próprios, especialmente na astrologia e magia. Vejamos as quatro fases principais: A importância do Ciclo Lunar pode ser observado em ritmos biológicos como floração, ciclos agrícolas, fluxos de água e até o comportamento animal. É usado desde a antiguidade para marcar o tempo, especialmente por calendários lunares.

Nas práticas e estudos do ocultismo, a Lua é importante, plena de simbologia nos vários tipos de oráculos, como o Tarot por exemplo. Vejamos as quatro fases principais:

Lua Nova é a semente no escuro. A Lua está entre a Terra e o Sol. Não é visível no céu (ou quase nada visível). Essa fase marca o início do ciclo lunar simbolizando o renascimento, novos começos, introspecção. É a fase ideal para plantar intenções, começar projetos, meditar. Rituais de Lua Nova tem por objetivo o começo e introspecção e limpeza do passado, pois é o momento em que o invisível começa a se formar. As magias indicadas são para iniciação de novos projetos; magia de intenção e manifestação; e rituais de sombra e autoconhecimento. Para o neófito nas artes do ocultismo existem algumas práticas simples de se fazer, como o ritual de Intenção Lunar, em que você escreve desejos ou objetivos em um papel, planta na terra ou queime-o, visualizando o crescimento. Os banho de limpeza energética com sal grosso, alecrim e lavanda. E a escrita intuitiva, na qual você medita e escreve automaticamente para captar mensagens do inconsciente. Nessa fase as ervas para banhos ou defumações mais indicadas são a arruda, alecrim, lavanda (limpeza e proteção). Você pode energizar ametista, turmalina negra.

Lua Crescente é a semente que brota. A Lua começa a aparecer no céu à medida que se afasta do alinhamento com o Sol. Vemos um “C” no céu (lado esquerdo iluminado). Ela cresce até se tornar cheia, simbolizando o crescimento, a construção, a manifestação. É a fase ideal para agir, desenvolver planos, atrair prosperidade, pois as energias predominantes são as de crescimento, ação, desenvolvimento. Os rituais de Lua Crescente são indicados para expansão e construção, é o momento da força do impulso, o brotar da vontade, pois os objetivos são nutrir projetos, atrair oportunidades, trabalhar o crescimento, prosperidade e abundância, saúde e vitalidade. Você pode fazer alguns rituais da Lua Crescente como o Vaso da Prosperidade em que você planta sementes ou ervas enquanto mentaliza abundância. Ou o ritual do Pote de Atratividade, o potinho com louro, canela, citrino e papel com desejos. E fazer afirmações diárias escritas ou faladas com foco na realização. Para o neófito nas artes do ocultismo existem algumas práticas simples de se fazer, como os rituais de magnetismo (atrair o que deseja); visualizações criativas e o plantio de ervas mágicas como o hortelã, manjericão, alecrim (vitalidade e expansão). Você pode energizar os cristais citrino, jade e quartzo verde.

Lua Cheia é a flor que desabrocha. A Terra está entre o Sol e a Lua. A face visível da Lua está completamente iluminada. Nasce ao anoitecer e se põe ao amanhecer simbolizando a plenitude, poder, revelação. É o momento ideal para energizar, manifestar gratidão, celebrar conquistas, rituais amorosos, de conexão e de poder. A energia predominante é a do poder, da realização e revelação. Os rituais de Lua Cheia envolvem poder e celebração, pois com a luz da Lua Cheia tudo está à vista e tudo pode ser energizado. Você pode fazer alguns rituais da Lua Cheia como os rituais ao ar livre e o ritual do Círculo mágico com velas e pedras para canalizar poder e elevar intenção. Os conhecidos banho de Lua que são feitos a partir de um banho de ervas seguido de meditação sob a luz da Lua. Momento de consagração de instrumentos mágicos ou cristais, que são colocados sob à luz da lua cheia. E o ritual de união (amor-próprio ou a dois) com rosas, mel e cristais rosa. Para os iniciados no ocultismo é o momento adequado para a gravação de sigilos de poder. As ervas dessa fase são a rosa, o jasmim e o hibisco (amor, beleza, poder). Você pode energizar esses cristais quartzo branco, selenita, pedra da lua.

Lua Minguante é a flor que cai, a poda que se inicia. A Lua vai diminuindo a iluminação (parece um “D” no céu). Caminha para mais uma Lua Nova, fechando o ciclo, simbolizando a liberação, limpeza, reflexão. Momento ideal para encerrar ciclos, desapegar, curar e purificar. A energia predominante é de limpeza, finalização, desapego. Rituais de Lua Minguante tem por objetivos o desapego, cortar vínculos negativos, encerrar ciclos e a purificação. É a limpeza antes da nova semente. Para o neófito nas artes do ocultismo existem algumas práticas simples de se fazer, como os rituais do papel queimado, no qual você escreve tudo o que deseja eliminar e queimar com foco e gratidão. É propício para as defumações com ervas de limpeza arruda, guiné, alecrim seco. Além dos banho de descarrego que podem ser compostos por sal grosso, vinagre de maçã, ervas amargas. As ervas dessa fase são a arruda, losna, guiné, erva-doce (purificação e proteção). Você pode energizar esses cristais, a obsidiana, ônix, hematita.

………………

Marco Mammoli é Mestre Conselheiro do Colégio dos Magos e Sacerdotisas.

………………

O Colégio dos Magos e Sacerdotisas está aberto aos novos membros, neófitos e iniciados, para o aprendizado e aprimoramento das Ciências Ocultas. Os interessados podem entrar em contato direto através da Bio, Direct e o WhatsApp: 81 997302139.

Publicidade
Publicidade

Copyright ® 1999-2024 Notibras. Nosso conteúdo jornalístico é complementado pelos serviços da Agência Brasil, Agência Brasília, Agência Distrital, Agência UnB, assessorias de imprensa e colaboradores independentes.