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Do rouxinol ao carcará

Férias não é sinônimo de avião; tem estrada e natureza por aí

Publicado

Autor/Imagem:
André Montanha* - Foto Acervo Pessoal

Fim de ano é sempre a mesma coisa. Malas prontas e aeroporto. Ou estrada. Ah, estrada, sinônimo de divã, me dizem Ia e sua prima  Hayai, em uníssono, fazendo coro com o canto de rouxinóis que formam uma orquestra imaginária em minha varanda. “Sim, estrada”, sugeriu meu pai, o Velho Montanha, com sua voz de carcará, ao tempo em que desviava o olhar para minhas amigas. Sorte que ele não fez as vezes de João do Valle e não interpretou a música que fala de uma ave que sai comendo de tudo o que é vivo que se lhe aparece pela frente.

Acertamos a viagem. E programamos partir rumo ao desconhecido, estrada adentro, com o sol a aquecer a promessa de aventuras. A cada curva, o verde exuberante da flora brasileira se desvendava, uma sinfonia de tons e texturas que só a natureza tropical podia oferecer.

Entre paradas estratégicas, o canto das aves se tornava trilha sonora, enquanto borboletas dançavam no ar. À medida que avançávamos, a diversidade da fauna nacional revelava-se: tucanos esvoaçando, saguis curiosos à beira da estrada e uma imensidão de insetos que faziam da selva as suas ruas.

Acampar sob um céu estrelado, longe das luzes urbanas, tornou-se o ritual noturno. O som da floresta transformava-se em uma melodia serena, serenata da natureza para os viajantes cansados. Ao acordar, o aroma da mata nos envolvia, despertando os sentidos para mais um dia de descobertas.

Cada parada em parques nacionais e reservas ecológicas era uma lição viva de biologia. Guias locais partilhavam o conhecimento sobre a diversidade de plantas e animais, conectando-nos com a riqueza natural do Brasil. Mergulhos em rios cristalinos revelavam ecossistemas aquáticos repletos de vida colorida.

A jornada não era apenas visual, mas também sensorial. O toque da terra sob os pés, o sabor de frutas tropicais colhidas no caminho e a sensação refrescante de cachoeiras revigoravam nossas alma.

Cada quilômetro percorrido era uma página nova em nosso diário de viagem, repleto de histórias escritas pela natureza. Ao final, retornamos revigorados, não apenas pelas paisagens, mas pela conexão íntima com a riqueza natural do Brasil, uma jornada que se revelou mais do que uma simples viagem, mas sim uma imersão nas maravilhas que nossa terra abriga.

Faz tempo, isso. De lá pra cá. minha cadeira quebrou, foi consertada, comprei uma mais moderna e confortável, para juntar-se a uma coleção que inclui uma elétrica. As férias se aproximam. Desta vez, iremos em quatro. Ia, Hayai, eu e, como não poderia deixar de ser, um outro amigo, o jornalista José Seabra José Seabra, que abriu, em Notibras, este espaço que é meu, é seu, é de quem quiser interagir e contar suas belas e doces aventuras.

*Aos nossos leitores: Notibras abriu este espaço editorial para o segmento PcD. Para que possamos interagir, mostrarmos que somos pessoas comuns. Encaminhe sugestões, mande seus textos. Prometo que tudo será bem recebido e aproveitado. Meu WhasApp é +55 61 98425-4895.

 

 

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