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Compra de imóveis

Flávio Bolsonaro pode ter lavado dinheiro, diz MP

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Autor/Imagem:
Marta Nobre com Agências

Decidido a investigar até nos mínimos detalhes a movimentação financeira e o patrimônio do senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) o Ministério Público do Rio já aponta indícios de lavagem de dinheiro nas transações imobiliárias feitas pelo filho do presidente Jair Bolsonaro. Os negócios teriam sido realizados quando ele era deputado estadual. Flávio, segundo o MP,  lucrou 3 milhões 800 mil reais com compra e venda de imóveis entre 2010 e 2017. Nesse período ele adquiriu 19 apartamentos e salas comerciais pelo valor de 9 milhões 400 mil reais.

Essa linha de investigação justificou o pedido de quebra de sigilo bancário e fiscal de 95 pessoas e empresas feito pelo MP e deferido no fim de abril pelo juiz Flávio Nicolau. Promotores identificaram nas transações imobiliárias “indícios de subfaturamento nas compras e superfaturamento nas vendas” e “constante uso de recursos em espécie nos pagamentos”.

Para os investigadores, os valores podem ter sido “fraudados” pelo senador com o objetivo de “simular ganhos de capital fictícios para encobrir o enriquecimento ilícito decorrente dos desvios de recursos da Alerj”. Como exemplo, os promotores citam a compra e venda de dois apartamentos em Copacabana entre 2012 e 2014 nos quais Flávio obteve lucro de R$ 813 mil, ou quase 300%, em pouco mais de um ano. Há negócios sob suspeita que foram feitos com uma empresa com sede no Panamá, paraíso fiscal.

Em farta documentação encaminhada a Justiça, o MP relata o histórico de investigação envolvendo Flávio Bolsonaro e seu ex-assessor Fabrício Queiroz desde 2018, a partir de movimentações financeiras atípicas apontadas pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf). Diz haver indícios de uma “organização criminosa com alto grau de permanência e estabilidade” no gabinete de Flávio na Alerj, voltada para cometer crimes de peculato (desvio de dinheiro público).

Defesa – Em nota publicada nas redes sociais, o senador nega as acusações. “Os valores informados são absolutamente falsos e não chegam nem perto dos valores reais”, escreveu. “Sempre declarei todo meu patrimônio à Receita Federal e tudo é compatível com a minha renda.”

O filho do presidente também criticou o vazamento de informações feito, segundo ele, para prejudicá-lo. “Apenas lamento que algumas autoridades do Rio de Janeiro continuem a vazar ilegalmente à imprensa informações sigilosas, querendo conduzir o tema publicamente pelos meios de comunicação e não dentro dos autos.”

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