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Abre o olho, Sidônio

Galípolo e Ambiemte devastam Lula desde o centavo à folha de outono

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Lauro Allan Almeida Duvoisin e Miguel Enrique Stédile/Via Pátria - Foto de Arquivo

Bem se entende porque a comunicação do governo é falha. O tímido otimismo do eleitorado com a economia não é completamente fora de lugar. Jogando contra o crescimento da economia está a Faria Lima, preguiçosa e satisfeita com os lucros do rentismo, que ganhou o apoio do Congresso na última semana na batalha do IOF. O governo deve perder essa queda-de-braço, recuando no IOF e transferindo a conta para a diminuição do Fundeb, mas também, garantindo uma possível vitória de Haddad, no caso, a redução de benefícios e isenções fiscais.

Além disso, enquanto Lula defende que é hora de baixar os juros, quem opera a política contracionista é seu ex-aliado, o jovem e promissor Gabriel Galípolo. O aquecimento da economia é visto pelo governo como mérito e pelo Banco Central como defeito. E parece cada vez mais improvável que a visão de Lula prevaleça. Tanto que já há banqueiro apostando que Galípolo vai aumentar de novo a taxa Selic em junho.

Contra esse tipo de confusão não há Secretaria de Comunicação que dê conta. O mesmo curto-circuito vive o tema ambiental, aquele que um dia já foi vitrine do Brasil para o mundo. Por um lado, o governo prepara-se para receber a COP 30 e pode comemorar a recuperação do Fundo Amazônia. Mas, por outro, não sabe dizer como irá tirar do papel sua própria proposta de criar uma autoridade climática.

O tema aguarda na gaveta há mais de um ano e sofre com ausência de um desenho institucional, com a falta de orçamento e com as pressões do agronegócio. Sinal dos tempos foi a rápida aprovação no Congresso do PL da Devastação, que deve contribuir para acelerar o desmatamento de todos os biomas do território nacional. E é claro que o impasse atravessa as relações externas. A visita do presidente brasileiro à França contribuiu para reforçar o discurso sobre as mudanças climáticas, mas move-se também pelo interesse do agronegócio brasileiro em fazer avançar o acordo UE-Mercosul.

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Ponto é escrito por Lauro Allan Almeida Duvoisin e Miguel Enrique Stédile para o Movimento dos Sem-Terra

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