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Corpo engessado

Gaspar, amante de motos, deixa mãe aflita

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Autor/Imagem:
Eduardo Martínez - Foto Produção Irene Araújo

Gaspar, apesar das inúmeras qualidades, que se resumiam a uma só, era teimoso além da conta. Apaixonado que era por motocicletas, desde muito cedo provocou uma profusão de cabelos brancos em sua mãe. Não adiantava falar com aquele rapaz, que jamais havia entendido que todas as motocicletas, assim como as bicicletas, não se sustentam sozinhas em pé.

A mulher insistia para que o filho comprasse um automóvel. Que nada! Quanto mais falava, mais o gajo se envolvia com motos. É verdade que, vez ou outra, aparecia montado em uma lambreta. Todavia, isso não foi motivo para apaziguar o coração aflito da mãe.

Certo dia, mais precisamente na semana passada, Gaspar guiava tranquilamente a sua máquina vermelha pela W3 Norte. Aliás, como ele gostava de falar, só comprava motocicletas dessa cor, pois vermelho corre mais. Mas voltando ao tal dia, lá estava o nosso motociclista favorito quando, de repente, precisou fazer uma manobra para se livrar do engarrafamento, que tornava a via quase intransitável àquela hora de fim de expediente. Não deu muito certo. Foi direto ao encontro de uma árvore.

Gaspar não morreu, para alívio de sua mãe. No entanto, no hospital, lá estava o rapaz com braços e pernas engessados. A mulher, ao ver o rebento, mais gesso que gente, quase enfartou.

– Meu filho, por favor, largue dessa coisa de motocicleta. Compre um carro.

– Moto é muito mais seguro que carro, mãe.

– É sério isso que você está me falando?

– Sim!

– Ah, tá! Quantas vezes você já caiu de moto?

– Hum… Várias.

– E quantas vezes você já caiu de carro?

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