Curta nossa página


Nova descoberta

Gelo espacial pode mostrar o caminho das águas

Publicado

Autor/Imagem:
Antônio Albuquerque, Edição - Foto Reprodução

Uma equipe de cientistas descobriu a existência de uma nova forma de gelo; parece um pó fino, mas é mais como água líquida em suas propriedades e estrutura. Esse gelo não pode se formar naturalmente na Terra, mas pode ocorrer no espaço e nas luas frias. O estudo desta nova forma ajudará a avançar na compreensão de todas as propriedades da água.

Pesquisadores da University College London e da Universidade de Cambridge resfriaram o gelo comum em um moinho de bolas até a temperatura do hélio líquido e transformaram o gelo em pó, causando a destruição quase completa da estrutura do cristal. A saída foi gelo com uma estrutura amorfa, como a água, e mais surpreendentemente, a densidade era quase a mesma da água – cerca de 1 g/cm 3.

“Pode ser água líquida congelada no tempo”, disse Martin Chaplin, especialista em estrutura de água da London South Bank University, que não participou do trabalho. “Pode ser muito importante.”

A densidade e a estrutura da nova forma de gelo, chamada de gelo amorfo de média densidade (MDA), foram confirmadas por métodos espectrais, de raios-X e outros. Os cientistas também descobriram que a cristalização começa após o aquecimento do gelo MDA, liberando uma quantidade considerável de energia. Os cientistas sugeriram que, por causa dessa propriedade, depósitos de vários quilômetros de gelo em luas geladas podem ser as fontes de processos tectônicos naturais nesses corpos.

“Suspeitamos que possa existir em algumas das luas de gelo do sistema solar. A moagem de bolas induz forças de cisalhamento dentro dos cristais de gelo conforme eles colidem com as bolas de aço. Nas luas de gelo, as forças de maré dos gigantes gasosos (Júpiter e Saturno ) estão em jogo e esperamos que eles induzam forças de cisalhamento semelhantes nas cascas de gelo das luas como durante a moagem de bolas”, disse Christoph Salzmann, professor de física e química de materiais da University College London, autor sênior da pesquisa.

Um estudo mais aprofundado da descoberta pode ter implicações positivas não apenas no campo da exploração espacial das luas, mas também nas propriedades fundamentais básicas da água, indicam os cientistas.

Publicidade
Publicidade

Copyright ® 1999-2024 Notibras. Nosso conteúdo jornalístico é complementado pelos serviços da Agência Brasil, Agência Brasília, Agência Distrital, Agência Estadão, Agência UnB, assessorias de imprensa e colaboradores independentes.