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Agentes e delegados federais estão em pé de guerra; Dilma suspeita de manipular grupo

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Desde as operações desencadeadas pela Polícia Federal que colocou na parede várias figuras políticas que estão no topo da hierarquia dos partidos, a presidente da República Dilma Rousseff (PT), usa o tema como bandeira. Sustenta que, nunca antes na história brasileira, se investigou profundamente as mazelas no serviço público e seus arredores.

Nem tanto. Em números, houve equilíbrio entre os dois últimos anos de trabalhos da gestão de Dilma e seu mestre e antecessor, o ex-presidente Lula. Enquanto em 2009 e 2010 foram 488 operações da PF, em 2013 e 2014, 509 investigações entraram na lista da instituição. Uma diferença de 19 de um governo para o outro. Para usar uma experssão em voga, empate técnico.

Se nas palavras da Dilma, a PF é forte o suficiente para investigar, internamente a instituição se mostra fraca e desnutrida de recursos humanos. E se diz manipulada politicamente. Na teoria a prática é outra. Assim, se dá andamento a uma queda de braço entre agentes e delegados.

Em carta direta e ríspida, o vice-presidente da Federação Nacional dos Policiais Federais, Luis Antônio de Araújo Boudens, acusou a diretoria da instituição de imparcialidade.

– Mais uma vez, houve patrocínio direto da sua gestão para a ampliação isolada de prerrogativas dos seus pares e a consequente e previsível degradação do já combalido ambiente interno.

Desde que está em andamento uma Medida Provisória que restringe o cargo de diretor geral apenas aos delegados de classe especial, os demais profissionais – agentes, escrivães, peritos, papiloscopistas – colocam a direção da PF na parede.

Essa nova regra, publicada no Diário Oficial da União no último dia 14, ainda prevê que para ser delegado é preciso ser bacharel em direito e comprovar experiência judicial ou policial de três anos. Até então era necessário apenas a formação acadêmica.

– Não há qualquer justificativa plausível para a supervalorização do cargo de delegado de Polícia Federal e para o esquecimento e abandono das demais categorias, escreveu Boudens.

Agentes da PF acusam a presidente Dilma de usar a MP que beneficia os delegados com fins eleitoreiros. Por causa disso, a categoria prevê paralisação nos próximos dias, logo às vésperas do segundo turno das eleições.

Elton Santos

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