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Greve continua em algumas empresas e povo fica sem ônibus

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Rodoviários do Distrito Federal que paralisaram as atividades há dez dias, afirmam que vão continuar em greve até que o problema dos pagamentos se resolva. A unidade da Federação virou o ano em meio a uma crise financeira em diversas áreas, e o novo governo ainda toma pé da situação. Do lado das empresas, nesta segunda-feira (5), serão feitas negociações visando ao retorno dos funcionários ao trabalho, para que haja arrecadação e consequentemente o salário seja depositado nas contas.

Três cooperativas de transportes estão em greve. Trabalhadores de uma delas, a Cootarde, voltaram a cruzar os braços dia 23 de dezembro, seguidos por assalariados da Coopatag e da MCS. De acordo com o Sindicato dos Rodoviários do Distrito Federal, cerca de 40 mil passageiros estão sendo prejudicados diariamente pela paralisação. “As empresas alegam que o governdo do DF não passou recurso, mas os trabalhadores não têm nada a ver com isso”, afirma Diógenes Nery, diretor do sindicato.

A manicure Francisca Maria Ferreira, de 42 anos, mora em Santa Maria, uma das cidades próximas de Brasília, e trabalha na Asa Norte, região central da capital federal. Em dias normais, gasta uma hora para chegar ao trabalho, mas neste sábado (3) perdeu três horas no deslocamento. “Esse [ônibus] que está de greve é rapidinho, porque [normalmente] demora de 40 a 45 minutos para chegar até a rodoviária”, disse Francisca.

A Cootarde vai tentar agendar uma reunião com o governo ainda nesta segunda-feira (5), mas pretende convencer os funcionários a voltar ao trabalho e conversar com os cooperados em busca de uma alternativa. Os funcionários estão sem a segunda parcela do décimo terceiro salário nem a cesta básica, e o salário de dezembro deve ser pago até o quinto dia útil deste mês. A cooperativa tem 50 ônibus, 150 micro-ônibus e 1,1 mil funcionários parados e alega que a arrecadação de valores importantes está sendo prejudicada pela greve.

“A preocupação de muitos funcionários que têm nos ligado, e até mesmo presencialmente, é que dependem do emprego, e, pelo fato de ficarem parados, veem que há o risco até mesmo de [não haver pagamento] do próprio salário”, afirmou Vanildo Gomes, gestor administrativo da Cootarde, que tem uma conversa agendada com eles também nesta segunda. Segundo Gomes, as manifestações desses trabalhadores são no intuito de que querem voltar ao trabalho. “Se continuarmos [parados], aí que não vamos ter receitas.”

De acordo com Vanildo Gomes, o governo local está atrasado no pagamento de quatro quinzenas relativas ao transporte gratuito de estudantes e pessoas com deficiência. Do lado do governo, o secretário de Mobilidade, Carlos Tomé, que assumiu há dois dias o cargo, informou que a nova equipe está estudando como será possível fazer o repasse de cerca de R$ 20 milhões de um empenho feito no final do ano.

“Estamos fazendo todo o possível para conseguir fazer os repasses das verbas devidas para as empresas. Não está sendo fácil, no governo anterior os recursos orçamentários se encerraram muito antes do fim do ano, e todos os pagamentos, nos três últimos meses, foram feitos com remanejamento orçamentário”, afirmou.

Até terça-feira (6), o secretário terá uma resposta sobre esses estudos, mas o governo trabalha com a possibilidades de amenizar o problema antes disso. “Não é uma solução, o governo assumiu há dois dias. [Nesse tempo] não se resolve o rombo financeiro que recebemos da noite para o dia”, declarou.

A fim de discutir mais uma alternativa de modo emergencial, a Cootarde vai se reunir com seus associados também na segunda. “A gente está se mantendo na retaguarda. Uma segunda situação seria buscar junto aos cooperados um aporte financeiro, isso vai ser um assunto da pauta, Eu não posso dizer, cada cooperado vai falar de sua posição”, disse Vanildo Gomes.

Paulo Victor Chagas, ABr
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