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Um pé no Buriti

Grupo de Cristovam decide que o candidato será Alírio

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Autor/Imagem:
José Seabra e Marta Nobre

Alírio Neto (PTB), será o candidato da aliança costurada pelo senador Cristovam Buarque (PPS) para disputar o Palácio do Buriti no pleito de outubro próximo. A decisão, tomada nesta quinta, 10, será oficializada em 24 horas, em reunião que contará com a presença do deputado Izalci Lucas (PSDB), outro postulante do grupo à sucessão do governador Rodrigo Rollemberg (PSB).

A opção pelo nome do ex-presidente da Câmara Legislativa do Distrito Federal levou em consideração vários fatores. Dois deles foram fundamentais: 1) Alírio tem mais densidade eleitoral; 2) Izalci está envolvido em denúncias que podem colocar o futuro da aliança em jogo.

Aliás, jogo é a palavra-chave. Se, como no futebol, o time que ganha a partida de ida da decisão está com uma mão na taça, Alírio, com a oficialização da sua pré-candidatura, estará com um pé no Buriti.

Mesmo com essa certeza, colhida na manhã desta quinta-feira em rodinhas políticas no Salão Azul do Congresso Nacional, Alírio mantém cautela. “O campo está aberto. Sou pré-candidato dentro do grupo, mas prefiro aguardar o anúncio oficial”, disse o petebista a Notibras, sem esconder, porém, um ar de otimismo.

Risco Izalci – A coligação que Cristovam Buarque tem desenhado nos últimos dias pretende unir em torno de um candidato único o PPS, PTB, PSDB, PSD e PRB, entre outras legendas – inclusive com candidaturas já postas, que tendem a se juntar ao grupo tão logo a pré-aliança bata o martelo.

Muitos deles, entretanto, temem o ‘Risco Izalci”, que responde a inúmeros processos no Supremo Tribunal Federal. Essas ações, porém, devem ‘descer’ para o Tribunal de Justiça do Distrito Federal, com o fim do foro privilegiado, o que, por si só, colocará a carreira política do tucano em risco.

Os processos, de maneira geral, tratam de peculato e formação de quadrilha. De um lado, Izalci teria constrangido servidores do Programa de Inclusão Digital para trabalharem como seus cabos eleitorais à época em que ele era secretário de Ciência e Tecnologia. O deputado também é acusado de participar de um esquema de desvio de recursos públicos do mesmo programa.

A situação de Izalci junto à Justiça ficou mais delicada no ano passado, quando ele caiu nas garras do então procurador-geral da República Rodrigo Janot. O deputado – escreveu Janot em inquérito encaminhado ao STF -, “entre os anos de 2009 e 2010, agindo com vontade e consciência, subtraiu, em proveito próprio e alheio, valendo-se da facilidade que lhe proporcionava o cargo de Secretário (de Ciência e Tecnologia), bens doados pela Receita Federal e pelo Tribunal de Contas da União…”.

O valor total dos bens foram calculados à época em 245 mil reais, mas apenas 28 mil foram incorporados à Secretaria. Os equipamentos, segundo a denúncia de Janot, correspondiam a 200 computadores e 200 monitores. Misteriosamente, porém, foram parar, em sua quase totalidade, em salas do Conic, no Setor de Diversões Sul, onde funcionavam escritórios de Izalci Lucas. O depoimento de Maria do Socorro Gadelha Sousa, então assessora de Izalci, foi catastrófico no sentido de incriminar o deputado.

Essa denúncia, distribuída para a ministra Rosa Weber, está nas mãos do ministro Edson Fachin. A expectativa é de que seja encaminhada ao TJDF ainda este mês. Procurado por meio de sua assessoria, o deputado não retornou as ligações de Notibras até a edição da matéria.

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