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Salve-se quem puder

Guerra interna no PT pelo espólio de Lula prevê morte

Publicado

Autor/Imagem:
Kleber Ferriche

O grande aliado do esquema de Lula no comando do Brasil, o agora presidiário Antônio Palocci, pode ter perdido a oportunidade de ser beneficiado pela delação premiada. O procurador Deltan Dalagnol, comandante nas denúncias da Operação Lava-Jato, comunicou à chefia da Procuradoria Geral da República que cansou de esperar o ex-ministro poderoso de Dilma e de Lula abrir a boca. Isso não é novidade.

A menos para o próprio ex-presidente condenado, que agora vai aguardar o fechamento de outras possíveis investigações – sobre o terreno do Instituto Lula; sítio em Atibaia; containers alugados; a compra de aviões de 5 bilhões de dólares da Gripen; a compra do silêncio de Nestor Cerveró; a liberação para Angola de recursos do BNDES para pagar a Odebrecht; para Cuba; para a Venezuela; para Gana; para a República Dominicana; para a refinaria de Pasadena; para a JBS; a doação da refinaria da Petrobrás na Bolívia para Evo Morales etc etc – que poderão ser mais suaves sem as pistas que Palocci poderia dar às investigações.

Não é só isso. Com a perspectiva de um somatório de penas para Lula que pode ultrapassar em muito o tempo que Mandela ficou preso na África do Sul, expoentes do PT entram em guerra para assumir o lendário posto do chefe escarlate. Nas falas, eles disputam quem é mais competente para atirar nos brasileiros que não comungam com as ideias do PT.

As balas atingem autoridades, como os desembargadores do TRF-4, João Gebran, Leandro Paulsen e Victor Laus, que a encantadora Gleisi Hoffman, presidente do partido, chamou de farsantes. Gleisi é mulher do bancário Paulo Bernardo que foi ministro de Dilma e de Lula e foi parar também na cadeia. Lindberg Farias, senador petista, subiu ao palco para incitar a desobediência civil, que significa não respeitar regras, leis, poderes estabelecidos e tocar a zona no país. O parlamentar estudantil pretende ainda tomar as cadeiras dos irmãos Marinho, da TV Globo. O ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, menos midiático, aguarda o tropeço dos seus pares para por as manguinhas de fora.

Tidos como incendiários, Gleisi e Lindbergh sumiriam como fumaça. Foto: Sérgio Lima/Poder 360-Arquivo Notibras

Quem chega primeiro para agarrar a cadeira do chefe eterno é Jaques Wagner, ex-governador baiano. Ele tem um respeitável ativo eleitoral na Bahia, Estado que não é seu (ele é carioca) e que comandou de 2007 a 2014. Não há registro de declarações de Jaques que alcancem o desafio inconstitucional proposto por Gleisi e Lindberg. Mais calculista, o ex-governador da terra de ACM, seguro de que a herança é sua, já declarou: “Como acontece se tivesse um infortúnio, um candidato que morre num acidente e tem que arranjar um outro. Mas não tem planejamento”.

No contexto difuso em que ele afirma a necessidade do Partido dos Trabalhadores ter um Plano B (ou G, ou H, ou L, ou W), Jaques Wagner alertou seus correligionários concorrentes sobre a possibilidade de um avião cair, por exemplo, como aconteceu com Eduardo Campos na campanha eleitoral de 2014.

Sua tese foi adiada, ao menos por enquanto, pelo confisco do passaporte de Lula determinado pelo juiz federal da 10ª. Vara de Brasília, Ricardo Soares Leite. Assim, contrariando uma das teorias da conspiração publicada em Notibras no dia 21 último – muito criticada, por sinal, por leitores menos atentos -, Lula não mais vai ficar exilado na Etiópia nem vai fugir do Brasil.

Será que o juiz levou a sério aquela hipótese? Quem é que sabe?

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