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Justiça faz devassa na vida de juiz que se achou Deus em blitz e recusou bafômetro

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O Conselho Nacional de Justiça está investigando a vida do juiz João Carlos de Souza Correa. São duas linhas de frente: a primeira, pela atitude ao ser parado em uma blitz da Lei Seca no Rio de Janeiro; a segunda, por sua atuação em Búzios, na região dos Lagos. Até o patrimônio de Souza Correa passará por uma devassa.

O CNJ entende que com um salário de  de R$ 15.092,54 líquidos, o juiz, supostamente, não teria condições de ser proprietário muitos bens. Há uma discrepância entre o salário e o patrimônio, que inclui carro de luxo.

Foi com um carro desses, de luxo e sem placa, sem documento e sem carteira, que João Carlos foi parado pela agente de trânsito do Detran-RJ, Luciana Tamborini, que comparou o juiz a Deus, foi processada e condenada a pagar R$ 5 mil de indenização por danos morais.

O currículo do magistrado é repleto de polêmicas. Juiz desde 1998, João Carlos é investigado por sentenças favoráveis a um grande empresário de Búzios, dono de terras na localidade de Tucuns, considerada área de proteção ambiental. Denunciado pela jornalista local, Elisabeth Prata, através da ouvidoria do TJ-RJ, tomou conhecimento da denúncia e mandou prender a jornalista, que ficou presa por poucas horas e acabou absolvida.

Em outro episódio, João Carlos também resolveu entrar num navio de cruzeiro fundeado em Búzios para fazer suas compras de Natal no freeshop. Como sua entrada foi negada, chamou a Polícia Federal para autorizar sua entrada. O juiz não gostou de ser contrariado.

Mesmo com muitas polêmicas em sua carreira como magistrado, o juiz já passou por promoções. Em 2012, saiu da Comarca de Búzios para assumir o Juizado Especial Criminal de Campo Grande, na capital carioca. Não é muito, porque não traz grande destaque e nem um grande salário em termos de magistratura, mas não deixa de ser uma promoção.

Por enquanto, a Corregedoria do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro não vai tomar nenhuma medida contra o juiz. De acordo com a assessoria de imprensa do órgão, até o momento não há nenhum movimento para que ele receba algum tipo de investigação, nem mesmo receberam nenhum comunicado do Conselho Nacional de Justiça pedindo que isso aconteça. Mesmo porque o CNJ não é hierarquicamente superior aos TJs e não tem poder de mudar qualquer decisão judicial.

A Associação de Magistrados do Estado do RJ divulgou uma nota tímida, afirmando que juízes devem se “comportar como qualquer cidadão” quando parado na Lei Seca. No entanto, afirma que agentes públicos devem “tratar com respeito e urbanidade, qualquer pessoa, independente se for autoridade ou não”.

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