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Lava Jato e Zelotes podem pegar todo mundo, mas a família, não

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Eu tenho um amigo que, quando começou a operação Zelotes, vibrou:

– Agora vamos pegar a burguesia, garantiu com um furor revolucionário.

O “vamos” aí é um conjunto. Engloba o governo, a Polícia Federal, o Ministério Público e a Justiça.

É assim que eles, os governistas, incorporam as instituições republicanas quando acreditam que o projeto pode ser beneficiado. Quando não, são golpistas.

Mas vamos lá, como dizem os baianos, segue o baba.

Pedi calma, lembrei que o projeto estava no poder há doze anos e podia respingar na companheirada. Não houve hipótese de cessar ou diminuir o furor revolucionário.

O amigo em questão é amigo mesmo. Acompanhamos e apoiamos a fundação do PT. Participamos de inúmeros embates sindicais. Tá certo que era o sindicato dos jornalistas, que tinha uma importância simbólica, mas distante do conjunto dos trabalhadores (eu tinha que falar isso de novo).

Aos poucos, quanto mais conhecia as entranhas do projeto, mais me afastava.

Crédulo, o amigo continuava firme e forte. E nada abalava a nossa amizade, nascida numa época de muita dureza, com os filhos chegando e as tormentas comuns ao início das profissões. Amigos de dinheiro emprestado.

Evoluí, ele não. Mas o bem querer supera a divergência, sempre com educação e civilidade.

Voltando ao início, lembrei o que disse lá atrás e falei:

– Respingou.

Quase possesso, saiu vociferando:

– Não mexe com a família, não mexe.

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