Papa agostiniano
Leão XIV tem tudo para priorizar atenção a quem mais precisa
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O resultado do conclave foi anunciado e o mundo católico agora tem um novo líder espiritual: o Papa Leão XIV. Se foi uma escolha benéfica para a Igreja? O tempo dirá. A história é paciente e sabe revelar, com o passar dos anos, o verdadeiro peso de cada decisão.
Mas confesso que algo já me desperta simpatia imediata: o novo Papa é agostiniano. E não é só um dado teológico, é uma ponte entre dois mundos. Como evangélica, vejo com bons olhos essa escolha, afinal, Martinho Lutero, figura central da Reforma, também era agostiniano. Há algo de comum nessa raiz, nesse desejo profundo de buscar a verdade, mesmo que ela desestabilize certezas.
Santo Agostinho deixou um legado poderoso: a caridade como centro da vida cristã, o serviço aos pobres como compromisso inegociável, o perdão como exercício diário de humanidade. Se Leão XIV seguir esse caminho, talvez vejamos uma Igreja mais próxima dos que sofrem, mais humilde diante das dores do mundo, mais firme em valores que realmente importam.
E há ainda outro ponto que me anima: o novo pontífice reconhece o valor do pensamento crítico e do conhecimento científico. Não teme o diálogo com a razão, o que é um alento. Fé não é negação da inteligência. Ela é, muitas vezes, seu florescimento. A ciência pode ser uma aliada da espiritualidade, não sua ameaça.
Enfim, a fumaça branca subiu. O conclave terminou. Agora é com ele, e com todos nós, que olhamos de longe, mas atentos. Como evangélica, sigo acompanhando com espírito ecumênico, esperança crítica e, por que não, um certo orgulho agostiniano.
