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'Respeite o povo, governador'

Legado de Fraga ajuda a matar farsa de Ibaneis

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Autor/Imagem:
Bartô Granja

‘Respeite o povo, governador’. O jargão, utilizado na época de Agnelo Queiroz (PT) e Rodrigo Rollemberg (PSB), parecia ter caído no esquecimento. Mas a frase, uma ironia criada por Alberto Fraga (DEM) nos últimos oito anos para atacar os então ocupantes do Palácio do Buriti, volta a ser ouvida em toda a cidade. O alvo é o governador Ibaneis Rocha (MDB). Fraga, que amargou a derrota nas urnas em outubro último, deixou ao menos esse legado.

O coro com ataques a Ibaneis é ouvido alto também em entidades sindicais. E agora começa a ribombar na Câmara Legislativa, como um trovão que prenuncia tempestade. E é lá que os deputados distritais sinalizam que vão tirar a máscara do governador que prometeu mundos e fundos para o brasiliense, mas acabou por jogar o povo no buraco.

No Legislativo brasiliense, o líder da Minoria, deputado Fábio Felix (PSOL) contesta Ibaneis, que na campanha eleitoral anunciou reajuste salarial para o funcionalismo e agora volta atrás. “Sou servidor e, na minha área [Sistema Socioeducativo], as condições de trabalho e salariais são péssimas”.

Para o parlamentar, a Câmara precisa se unir e “repudiar” a fala do governador: “Ele precisa cumprir o que prometeu”. O distrital lembra que o Buriti tem enviado à Casa propostas de redução de impostos: “O governador afirma que a saúde financeira não está boa, mas apresenta proposições que tratam de renúncia de receitas”, acusa Felix.

Já o deputado Chico Vigilante (PT) promete exigir o pagamento da terceira parcela de reajustes previstos em lei a várias categorias e que vem sendo adiada pelo Palácio do Buriti. “Ibaneis, que foi eleito anunciando que seguiria o que está previsto na legislação, não pode voltar atrás. O Distrito Federal não vai quebrar se cumprir a lei”, declarou.

Também do PT, a deputada Arlete Sampaio faz coro em defesa do funcionalismo público, reclamando de os servidores serem apontados como os responsáveis pelo desequilíbrio nas contas. “Cerca de 50% da receita é para pagar dívidas, para os rentistas. Por isso, o governo não tem dinheiro”, argumentou. “Mas como fazer políticas públicas sem eles? O governo tem de pensar formas de dinamizar a economia e aumentar a arrecadação”, enfatizou.

Por sua vez o deputado Reginaldo Veras (PDT) disse ter identificado uma contradição no discurso do governo. “A Secretaria de Educação apresentou planos que incluem a valorização dos servidores por meio, inclusive, de recomposição salarial. Portanto, há um contrassenso na fala do governador”, afirmou.

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