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Luxo pra quê?

Levando a vida na garupa de Zeca, com sonhos pequenos e prazeres gigantes

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Autor/Imagem:
@donairene13 - Foto Acervo Pessoal

Tem gente que sonha alto: fazer uma viagem ao redor do mundo, ter uma casa com piscina de borda infinita, pilotar um avião ou jantar com uma celebridade em Paris. Tudo isso é legítimo, claro. Mas eu, sinceramente? Meus sonhos são bem mais prosaicos.

Não tenho pressa de conhecer o mundo inteiro. Meu coração acelera mesmo com a ideia de andar de quadriciclo com o Zeca Pagodinho, eu na garupa, ele cantando baixinho “deixa a vida me levar…”, enquanto a gente passeia por Xerém, tomando uma cerveja gelada em movimento e acenando para os curiosos. Já pensou? Seria melhor do que qualquer cruzeiro de luxo. Porque sonho bom, pra mim, é aquele que tem risada no meio.

Outro desejo meu, guardado com carinho na gaveta das vontades simples, é assistir a um espetáculo de circo. Mas não qualquer espetáculo, não. Quero aquele circo com cheiro de pipoca, lona colorida, palhaço que ainda conta piada boba e mágica que a gente finge que acredita. Quero me emocionar com a bailarina no alto da corda bamba e prender a respiração com o trapezista. Quero me sentir criança de novo, de olhos arregalados e coração leve.

Pode parecer pouco, eu sei. Mas pra mim, esses pequenos desejos dizem muito. Eles falam sobre a vontade de viver com leveza, de encontrar graça nas coisas simples, de não levar a vida tão a sério o tempo todo. E cá entre nós, nesse mundo que exige tanto da gente, sonhar pequeno pode ser um jeito de resistir.

Então não me julgue se, em vez de uma mansão em Beverly Hills, eu quiser uma foto tremida com o Zeca em um quadriciclo. Talvez eu esteja mais perto da felicidade do que imagina.

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