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Bolsonaro em xeque

‘Líder do governo chefia corrupção com a Covaxin’

Publicado

Autor/Imagem:
Mário Camargo

O líder do governo na Câmara, deputado Ricardo Barros, foi denunciado na CPI da Covid como lobista para a compra da vacina Covaxin, da Índia. Pressionado pela senadora Simone Tebet (MDB-MS), o depoente Luis Miranda, deputado do DEM de Brasília, finalmente decidiu revelar o nome que vinha evitando citar desde o início do depoimento.  “Aquele deputado”, a que se referiu o presidente Jair Bolsonaro ao receber o parlamentar brasiliense no Palácio do Alvorada, no dia 20 de março, é o homem de confiança do Planalto na Câmara.

O dia da CPI, que teve a presença de Luiz Miranda e do seu irmão Luiz Ricardo, servidor do Ministério da Saúde, foi de troca de acusações. Em determinado momento o presidente da CPI da Covid, Omar Aziz (PSD-AM), atacou a postura de Jair Bolsonaro em não ter determinado qualquer tipo de investigação sobre as denúncias de irregularidades no contrato da Covaxin, citadas por Luis Ricardo. Segundo o senador, o presidente prevaricou.

Ex-ministro da Saúde no governo Michel Temer, Ricardo Barros nomeou e mantém até hoje no Ministério da Saúde a servidora Regina Célia Silva de Oliveira, que autorizou o pagamento de US$ 45 milhões em nome de uma offshore, de forma antecipada, para o recebimento de 300 mil doses da vacina Covaxin. A CPI começa a investigar corrupção com a compra da vacina indiana.

A informação sobre o cargo de Regina Célia foi citada pelo vice-presidente da CPI Randolfe Rodrigues (Rede-AP). Ele mostrou um extrato do Diário Oficial da União, do dia 15 de fevereiro de 2018, com a nomeação de Regina Célia, quando Barros era o ministro. “As informações que temos são que a senhora Regina Célia é uma indicação, ao contrário de Luis Ricardo, que é servidor de carreira, que ela foi nomeada pelo então ministro Ricardo Barros”, disse.

Durante o depoimento na CPI da Covid, o servidor Luis Ricardo Miranda disse que Regina Célia foi quem autorizou o pagamento de 45 milhões de dólares em favor da Madison Biotech, sediada em Singapura. Além disso, o deputado Luis Miranda disse que um deputado “da base do governo” foi citado pelo presidente Bolsonaro como responsável pelo esquema no Ministério da Saúde. Por fim, após cerca de sete horas de depoimento, o deputado cedeu à pressão, não segurou a emoção e confirmou: Ricardo Barros é “aquele deputado” citado por Bolsonaro.

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