Eclipse insaciável
Lua, cúmplice, vê o fogo na pele que vira cinzas no tempo
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A lua, cúmplice da nossa febre,
estende seu véu sobre o desejo ardente,
testemunha do fogo que dança na pele,
do amor que queima sem medo do tempo.
Minhas mãos percorrem teus mistérios,
como rios buscando o mar da tua pele.
Cada toque é centelha, cada suspiro, labareda,
nosso desejo, chama que nunca adormece.
Beijos se dissolvem na brisa da noite,
enlaçados em ondas que quebram no peito.
O tempo já não ousa nos separar,
somos instante e eternidade na mesma vertigem.
Teus olhos—espelhos de um eclipse insaciável,
onde me perco e me encontro sem fuga.
Cada murmúrio teu grava-se em minha pele,
como versos secretos escritos em fogo e luz.
Não há palavras para conter essa febre,
nem promessas que possam traduzi-la.
Só o silêncio embriagado de prazer,
e a doce melodia da tua respiração.
E na calmaria que sucede o furacão,
nosso abraço é refúgio e chama renascida,
onde amor não se desfaz,
mas ressurge, ardendo como sempre.
