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Dominando o espaço

Lua pode ter assentamento com usina nuclear russo-chinesa

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Autor/Imagem:
Svetiana Ekimenko/Via Sputniknews - Foto Divulgação

A Rússia e a China estão considerando construir conjuntamente uma usina nuclear lunar. O anúncio foi feito nesta quarta, 6, por Yuri Borisov, chefe da agência espacial russa Roscosmos. A iniciativa, disse, permitirá aos dois países a criação de assentamentos lunares.

“Hoje estamos considerando seriamente um projeto… em algum lugar na virada de 2033-2035…”, sublinhou durante uma palestra no Festival Mundial da Juventude, em Moscou.

Aproveitar o poder da energia espacial nuclear, segundo ele, facilitará a ocupação do satélite da Terra pelos humanos. Isso porque, acrescentou Borisov, os painéis solares não seriam capazes de fornecer eletricidade suficiente para abastecer essas bases.

“Este é um desafio muito sério… deve ser feito de forma automatizada, sem a presença de humanos”, frisou Borisov, esperando que os robôs possam estar à altura da tarefa.

De acordo com o chefe da Agência Espacial Federal Russa, a tecnologia necessária para a construção de tal usina nuclear lunar está quase pronta. Além disso, Borisov opinou sobre os planos da Rússia de construir uma nave espacial de carga movida a energia nuclear denominada Zevs (Zeus).

“Estamos trabalhando em um rebocador espacial que seria capaz, graças a um reator nuclear e turbinas de alta potência de transportar grandes cargas de uma órbita para outra, coletar detritos espaciais e realizar muitas outras tarefas”, afirmou Borisov.

Ele admitiu, porém, que um aspecto complicado disso é encontrar uma solução para resfriar o reator nuclear.

No ano passado, Borisov já havia descrito como o rebocador espacial nuclear poderia ser usado para empurrar satélites geoestacionários inativos para o espaço sideral. “Devemos pensar na nossa utilização futura do espaço exterior e garantir que seja ambientalmente limpo para as gerações futuras”.

O ‘homem forte’ da Roscosmos frisou, porém, que a Rússia é contra a implantação de armas nucleares no espaço. “É claro que o espaço deveria estar livre de armas nucleares”, disse Borisov.

As observações de Borisov refletem o que o presidente Vladimir Putin disse há alguns dias: a Rússia não planeja implantar armas nucleares no espaço. “Já discutimos falsas alegações que estão sendo feitas atualmente por algumas autoridades ocidentais sobre nossos supostos planos de implantar armas nucleares no espaço”, afirmou.

Putin acrescentou, porém, que é essencial que o governo russo monitorize a questão para estar pronto para enfrentar quaisquer ameaças que possam surgir de outros lados neste domínio.

Base Lunar Conjunta
A corporação espacial estatal russa, Roscosmos, e a Administração Espacial Nacional da China (CNSA) concluíram um acordo sobre um projeto conjunto de base lunar em novembro de 2022, comprometendo-se a trabalhar juntos para construir uma base lá até 2030. O projeto será implementado em três etapas.

A Fase 1 estipula missões lunares russas e chinesas explorando a Lua juntas, determinando a melhor localização para a estação lunar. Nesta fase, o lado russo está planejando utilizar o módulo de pouso Luna-Glob.

A segunda etapa prevê o estabelecimento de um centro de controle para a base lunar, a entrega de carga a granel ao satélite terrestre e a instalação de módulos orbitais para fornecimento de energia, comunicações e prestação de serviços de transporte.

A terceira etapa envolve a exploração da superfície lunar, ampliando a funcionalidade dos módulos da estação lunar.

Com o aumento dos projetos espaciais da China nos últimos anos, o chefe de exploração lunar do país, Wu Weiren, revelou que a China estava trabalhando num novo tipo de central nuclear a ser utilizada para apoiar uma base permanente na Lua.

“Estamos atualmente desenvolvendo um novo sistema, onde a energia nuclear pode fornecer alta potência e fornecimento de longo prazo. E a instalação de comunicação pode alcançar a comunicação entre a Lua e a Terra, ou com outros planetas como Marte”, disse Wu.

Relatórios russos sugerem que a central seria capaz de produzir um megawatt de energia, o que é cerca de 100 vezes mais do que o reator de um quilowatt que a agência espacial norte-americana Nasa planeja gerar com o seu próprio reator nuclear lunar.

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