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Rússia x Ucrânia

Lula está quase lavando as mãos e largando a bandeira da paz

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Wyatt Reed/Via Sputniknews - Foto Reprodução

Lula está traçando um curso de política externa independente, apesar dos desejos de Washington, particularmente no conflito envolvendo russos e ucranianos.

Essa interpretação surgiu após o assessor do presidente Lula, ex-chanceler Celso Amorim, alertar os regimes ocidentais contra incitar a Terceira Guerra Mundial provocando a Rússia, atraindo novas críticas da mídia pró-OTAN.

De acordo com Celso Amorim, que foi ministro das Relações Exteriores durante os dois primeiros mandatos do presidente Lula, a postura beligerante do Ocidente contra Moscou corre o risco de provocar um conflito mais amplo”.

“Não queremos uma terceira guerra mundial. E mesmo que não tenhamos isso, não queremos uma nova Guerra Fria”, disse Amorim. “Todas as preocupações dos países da região devem ser levadas em consideração, se você quiser a paz.”

“A única outra alternativa (do Ocidente) é a vitória militar total contra a Rússia”, explicou Amorim, perguntando ao entrevistador: “Você sabe o que vem depois? Eu não.”

Amorim abordou a questão da segurança nacional russa como uma das maiores preocupações de Moscou, supostamente referindo-se especificamente ao “cerco” da Rússia pela OTAN: “Não podemos julgar a situação pelos últimos 15 meses. Esta é uma situação de décadas.”

A Rússia tem “preocupações que devem ser levadas em consideração”, apontou Amorim. Ainda assim, “isso não é culpa da Ucrânia”, concluiu acrescentando que “a Ucrânia é uma vítima – uma vítima dos resquícios da Guerra Fria”.

Amorim visitou Kiev e Moscou nas últimas semanas, como parte de um esforço diplomático em andamento para pôr fim às hostilidades. Mas ele apontou que Brasília tem sérias preocupações com os esforços ocidentais em andamento para desestabilizar a Rússia e explicou que tais táticas provavelmente expandirão o escopo do conflito.

“Lembro-me da situação na Alemanha após a Primeira Guerra Mundial: o objetivo era enfraquecer a Alemanha no [Tratado de] Versalhes e sabemos aonde isso levou”, recordou.

As observações foram feitas no momento em que as forças anti-russas fizeram pesadas críticas ao Brasil por sua neutralidade no conflito na Ucrânia – e a aparente recusa em co-assinar sanções ocidentais a um parceiro comercial crucial como Moscou.

Lula foi duramente atacado em janeiro por sugerir que Kiev compartilhava a culpa pelas hostilidades em andamento e que a intervenção da Rússia foi provocada.

Em abril, o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional dos EUA, John Kirby, acusou Lula de “repetir a propaganda russa e chinesa”, seguindo a sugestão do presidente brasileiro de que os EUA deveriam “parar de encorajar” o conflito

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