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Madrasta usou soda cáustica para derreter mais rápido o corpo do menino Bernardo

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A assistente social Edelvânia Wirganovicz, presa suspeita de matar o menino Bernardo Boldrini, 11 anos, no interior do Rio Grande do Sul, informou em depoimento à Polícia Civil que a madrasta do garoto, a enfermeira Graciele Ugulini, teria jogado soda sobre o menino para que o corpo “diluísse rápido e para não dar cheiro”. O cadáver de Bernardo foi enterrado em um buraco na margem de um rio em Frederico Westphalen (RS). As informações são do jornal Zero Hora.

A assistente social disse à polícia que “mandaram ele deitar sobre uma toalha de banho cor azul. Que Kelly (como a suspeita chama Graciele) aplicou na veia do braço esquerdo com uma seringa e ele foi apagando.” Depois de tirar a roupa e o tênis, enterraram Bernardo, sem conferir se o menino ainda estava vivo, e jogaram soda sobre o corpo. “Kelly jogou a soda sobre o corpo e a depoente colocou pedras. Que a depoente acha que ele já estava morto. Que a depoente não viu se Kelly olhou se o menino tinha pulsação”, diz o depoimento.

Segundo Edelvânia, o garoto acreditava que estava indo a uma consulta com uma benzedeira quando foi levado pela madrasta até Frederico Westphalen. De acordo com a suspeita, a madrasta explicou ao menino que, em função da consulta, precisaria levar um “piquezinho na veia”, referindo-se a injeção letal que foi aplicada em Bernardo.

Edelvânia contou que conhecia Graciele há tempos, e que as duas chegaram a morar juntas por dois anos antes da madrasta do menino se mudar para Três Passos. Cerca de dois ou três meses antes do crime, Graciele teria procurado a amiga para fazer a proposta de ajudá-la a matar Bernardo. A enfermeira teria dito que o menino era “ruim”, difícil de lidar e que brigava com o pai. “Que após essa conversa, Kelly perguntou o que achava, sendo que ela tinha bastante dinheiro e que se a depoente a ajudasse a dar um sumiço no guri ela lhe daria dinheiro e ajudaria a pagar o apartamento”, diz trecho do depoimento. A quantia inicial acertada seria de R$ 20 mil.

Dois dias antes do crime, Graciele procurou Edelvânia, revelou que seu plano era dopar o menino e aplicar a injeção e pediu para a amiga um lugar para “consumir” o corpo. No mesmo dia, as duas teriam ao local, no interior de Frederico Westphalen, e começado a cavar com uma enxada de Edelvânia.

No dia 4 de abril, dia no qual Bernardo morreu, segundo a perícia, Graciele teria passado uma mensagem para Edelvânia informando que estava indo para Frederico. Ela teria usado um “código” combinado por elas para confirmar que Bernardo estava junto. “A depoente já estava esperando lá embaixo do prédio onde mora, tendo Kelly estacionado a camioneta do lado do Siena e o menino desceu e entrou no Siena. Que as coisas já estavam no porta-malas, a cavadeira, a pá, a soda e as ‘coisarada’ do kit do remédio que Kelly já tinha deixado com a depoente na quarta-feira e que iria usar para matar o guri.”

Edelvânia argumentou que aceitou participar do crime porque Graciele lhe ofereceu muito dinheiro e “não teria sangue nem faca, era só abrir um buraco e ajudar a colocar dentro o menino”. Quanto à suposta participação do pai de Bernardo, o médico Leandro Boldrini, no crime, a assistente social repetiu aos policiais o que teria ouvido da amiga: que ele “não sabia, mas, futuramente, ele ia dar graças de se livrar do incômodo, por que Bernardo era muito agitado”. A polícia suspeita de que o médico tenha ajudado a encobrir o crime depois de supostamente ficar sabendo do que havia acontecido.

Edelvânia foi quem indicou o local onde o corpo de Bernardo estava enterrado em Frederico Westphalen. O menino foi encontrado morto no dia 14 de abril, 10 dias após ter desaparecido em Três Passos, onde morava com o pai e a madrasta. Os equipamentos usados para abrir o buraco estão passando por perícia para verificar se há resíduos do mesmo solo em que o menino foi enterrado. Os três devem ser indiciados por homicídio qualificado.

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