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Quem pedala vai a Roma

Mathuzalém, péra aí. Rei só há um; o outro é o bobo da corte

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Autor/Imagem:
Eduardo Martínez - Foto Fábio Rodrigues Pozzebom

Acabo de ler um excelente texto (diria mesmo mais uma das suas maravilhas) do Mathuzalém Júnior, um craque na arte do Jornalismo aqui de Notibras. Repare que escrevi Jornalismo com J maiúsculo, pois não há outra maneira de se referir aos escritos desse, me atrevo a dizer, colega. Ele se referia ao palhaço que depositou o traseiro por quatro longuíssimos e tenebrosos anos na cadeira presidencial, afirmando que “rei morto, rei posto”.

Conheço tal ditado, como tenho certeza de que você, que está lendo este texto, também o conhece. Todavia, não há quem me convença de que o Bozo tenha reinado um dia sequer na vida, pois nunca passou de um mero bobo da corte. Sim, BOBO DA CORTE, com letras garrafais.

A direita, cansada de tomar pancada da esquerda, arquitetou o golpe contra a Presidenta Dilma. Falar algo contrário a golpe é, no mínimo, burrice ou falta de caráter. É óbvio, mais que óbvio, que foi golpe. Ah, mas e as pedaladas? Pois é, as únicas pedaladas que a Presidenta Dilma deu foram na sua bicicleta. Aliás, para quem não sabe, ela continua pedalando diariamente em Porto Alegre, o que lhe garante uma silhueta esbelta, além de muito fôlego para lutar contra os que insistem em flertar com o fascismo.

Mas voltemos ao tal bobo da corte. Parodiando um velho poeta mineiro de Itabira, o PT era a pedra no caminho da direita, que não emplacava um candidato à Presidência da República desde o Fernando Henrique Cardoso. Pois é, houve até quem apelasse para uma suposta operação de combate à corrupção, a tal Lava Jato, que, depois de todo aquele espetáculo circense, descobriu-se tratar-se de uma farsa.

O Brasil passou por dois anos temerosos sob o comando de um antigo intérprete do mais famoso vampiro. Tudo parecia de acordo com a cartilha da direita, certa de que iria, finalmente, conseguir eleger seu candidato. Entretanto, o queridinho da direita caiu depois de um áudio em que dizia que iria mandar um primo para pegar uma propina. Sim, um primo, mas um que ele pudesse mandar matar.

Como o plano A falhou, tudo apontava para mais uma vitória avassaladora do PT. Mas eis que, logo ali ao lado daquele circo armado, surge um palhaço. Sem melhor opção, a direita se despiu de qualquer pudor e passou a apoiar as atrocidades ditas pelo Bozo. Todos sabíamos que esse palhaço era o arquétipo, ainda mais caricato,  do Adolf ou daquele outro, o tal Benito.

A grande imprensa abraçou essa ideia estapafúrdia e, então, o Brasil passou ser chacota mundial a partir da eleição do Bozo. Este, sem qualquer modo, mas com o modus operandi costumeiro, meteu o pé na jaca perante todo aquele banquete. As pegadas, de tão evidentes, precisaram ser camufladas com sigilos aqui, ali, acolá, em todos os lugares.

A situação se tornou tão infame, que até parte da direita começou a ficar incomodada com aquele bode na sala. A solução foi se aliar ao PT, único partido de verdade do Brasil, pois os outros não passam de legendas. Dessa forma, após uma batalha gigantesca, finalmente o país voltou a ter um Presidente da República com a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva. Quanto ao Bozo, este perdeu. Pois é, o bobo da corte perdeu da maneira mais vexatória. Perdeu roubando. Então, nada de se falar de rei morto, rei posto.

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