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Maquiavel inspira deputados distritais a repetir podridão manifestada por Hamlet

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Coisas muito estranhas estão acontecendo no reino dos deputados distritais. CPI’s de fachada são abertas e caminham a passos lentos, e outras, que poderiam tirar a saúde pública da UTI, sequer saem do papel. O mal feito campeia. E o Ministério Público, atento, promete agir com rigor.

Dos muitos supostos males que merecem atenção, um em especial promete ocupar o noticiário nos próximos dias. Trata-se da conversa pouco republicana registrada entre Celina Leão e Telma Rufino, entremeada com frases de efeito de Valério Neves, tido como o 25º parlamentar da Câmara Legislativa.

Havia cheiro de chantagem emocional no ar. E se tudo ocorrer conforme o figurino foi desenhado, a deputada Telma Rufino, recentemente expulsa do PPL e que tem a cabeça a prêmio, pode ser salva do cadafalso por um grupo de fieis escudeiros da presidente Celina Leão.

A trama que se orquestra tem como alvo um terreno em área que se valoriza a cada dia. Sua metragem cúbica vale pérolas, como aquelas colhidas na lama. Aliás, em se tratando de sujeira, isso não será novidade no âmbito do Legislativo brasiliense.

Mas, ao contrário do que se possa imaginar, o plano não foi gerado nas entranhas do cerrado leonino. A jogada maquiavélica foi orquestrada sob o som suave das palmas do Buriti, que costuma ouvir em silêncio os lamentos cavernosos que soam do gabinete de Rodrigo Rollemberg.

Como é sabido, Telma Rufino recebeu em sua residência de Arniqueiras, há alguns dias, a visita do próprio governador. Também por lá passaram, engrossando a procissão de devotos da terra, a presidente da Câmara Legislativa e outras pérolas de menor brilho. Todos emprestaram solidariedade à deputada no ato pós-expulsão do PPL.

Porém, as promessas feitas com recheio de muitos afagos, têm um preço. Os escudeiros de prontidão podem até salvar Telma de um eventual processo de cassação de mandato. Isso, em linhas gerais, foi o que se tratou na mansão de Arniqueiras.

A conta foi mostrada na terça-feira, 8, na conversa de quem se acreditava mudo para um plenário descontraído. Entretanto, como existem microfones capazes de detectar sons escondidos por folhas de papel, a verdade veio à tona.

A fatura pode ser paga com uma simples assinatura. Diz respeito a um terreno estrategicamente localizado ao lado do ParkShopping. É justamente aquele da valiosa metragem cúbica. Sua destinação precisa ser alterada. E como Telma Rufino preside a poderosa Comissão de Assuntos Fundiários…

Por ora mais que isso não se diz sobre o assunto. Sabe-se que o Ministério Público está de olho na turma que gosta de fazer arranjos. Mas se acontecer, num futuro próximo, de a JC Gontijo erguer uma placa ao lado do ParkShopping, é a garantia de que Telma Rufino não perderá o mandato.

Maquiavel é livro de cabeceira de muitos pseudos príncipes. Mas quem lê Shakespeare e admira Hamlet, sabe que há algo de podre não apenas no reino da Dinamarca.

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