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Estelionato Amoroso (VIII)

Mariane, a vizinha policial, pega o fio da meada

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Autor/Imagem:
Eduardo Martínez - Foto Reprodução

Mariane trabalhava numa delegacia na Ceilândia. De tão entretida com as inúmeras investigações, nem soube do incêndio ocorrido no prédio onde morava, justamente em um dos apartamentos do seu andar. Saiu do trabalho quando o relógio já anunciava quase 22 horas.

A agente suspirou, como se aliviada por mais um dia produtivo. Ela estava trabalhando num caso de uma quadrilha de estelionatários, que há tempos aplicava golpes na região. Mariane, assim que ligou o carro, pensou que, dentro de no máximo mais uma semana, concluiria seu relatório e, então, o entregaria para o delegado. Este, por sua vez, não teria dúvida em indiciar os criminosos.

Durante o trajeto, a mulher ligou o rádio. Não demorou, ouviu a notícia do tal incêndio ocorrido justamente no edifício onde morava. Ouviu o nome de Márcia Gomes dos Santos, mas não se lembrava dela. Quer dizer, tinha vaga recordação, mas não estava certa. Seja como for, a ansiedade de chegar logo a sua residência a fez pisar mais fundo no acelerador, apesar dos inúmeros radares na Estrutural.

Assim que entrou na garagem subterrânea do seu prédio, sentiu o cheiro de queimado no ar. De pé em frente ao elevador, apertou insistentemente o botão, como se isso fosse fazê-lo ir mais rápido. Resolveu ir pelas escadas e, depois de vários degraus, finalmente chegou ao quinto andar.

Esbaforida, passou pela porta do apartamento de Márcia e, então, rumou para o seu, que ficava ao fundo do corredor. Entrou e foi ver se havia algum dano. Nenhum. Tudo indicava que o incêndio havia sido contido antes de se alastrar.

A policial buscou informações na internet e, então, ficou a par do ocorrido, isto é, das coisas que a polícia civil já havia informado para a imprensa. As investigações prosseguiriam. Em seguida, Mariane pensou que era melhor relaxar, pois teria muito trabalho no dia seguinte.

Tomou um banho bem quente. Colocou uma camiseta velha e um short folgado. Com os cabelos enrolados em uma toalha, foi até a cozinha, onde preparou um chá de camomila. Mas, antes que levasse a xícara aos lábios, ela se lembrou que havia uma câmera na entrada do seu apartamento.

Mariane puxou as filmagens. Lá estava um homem em frente à porta do apartamento de Márcia. A policial já havia visto aquele rosto, sabia que era morador do edifício, mas não sabia seu nome. A agente baixou o arquivo para um pen drive e saiu de casa decidida a entregar aquelas filmagens na delegacia da Asa Norte, mesmo que já passasse da meia-noite.

O Folhetim continua na quarta, 24, com o capítulo IX

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