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Campo Grande

Mesmo cega e internada, mulher faz crochê para sustentar família

Publicado

Autor/Imagem:
Pedro Nascimento, Edição

A Força, superação e dedicação fazem parte do dia a dia das pessoas com deficiência. As dificuldades são imensas, mas a cada dia esses guerreiros lutam por uma vida melhor, dando exemplos de determinação e fé em si mesmo.

Há 1 ano na cama de um hospital. Maria Aparecida de Jesus Gonzales Ortega, 59 anos, precisou comemorar todas as datas festivas dentro do Hospital Universitário, em Campo Grande.

Ela sofre de uma doença que ataca as mitocôndrias, o que também a deixou cega e quase impossibilitada de falar. Hoje, sobrevive com uma traqueostomia, mas nada disso a deixou tão abatida quanto saber que a família precisava de ajuda.

Por isso, mesmo na cama, ela confecciona peças de crochê e com o dinheiro da venda ajuda a filha desempregada e os três netos, que moram no Bairro Los Angeles.

Ao saber o que se passava fora do hospital, Aparecida recobrou as forças já roubadas pela doença e voltou a pegar as agulhas de crochê.

A doença deixa o paciente muito fraco e debilitado, mas ela só ficou mesmo abatida quando soube das necessidades da família. “É inacreditável vê-la confeccionando tudo aquilo sem errar mesmo sendo cega”, detalha a assistente administrativa do hospital Yara Ferro, 43 anos.

Contudo, Aparecida está quase sem o material que precisa para continuar confeccionando as peças. Então, Iara não pensou duas vezes ao criar uma campanha pedindo doações a paciente.

Eu e os demais funcionários do hospital ficamos todos os dias impressionados com a garra dela. E mesmo diante da doença e dos problemas financeiros da família, ela sempre está sorrindo e tratando todo mundo muito bem mesmo com gestos, pois já não consegue falar direito já que está com a traqueostomia. É uma lição de vida”, conta.

Os sintomas da doença apareceram há pelo menos 16 anos. Ela sempre esteve no vai e vem do hospital, no entanto, o agravo da doença a forçou a encurtar esse caminho no ano passado.

A situação delicada da mãe, fez com que a filha Cristina Gonzales, 34 anos, perdesse o emprego de caixa de supermercado há 2 anos. E desde então a mulher não conseguiu outro trabalho que a permitisse também zelar pela mãe.

Com quatro filhos de 9, 12, 16 e 18, o mais velho preso, Cristina hoje ajuda na venda das peças da mãe para conseguir manter a família.

Conforme a assistente administrativa do HU, Aparecida pode receber alta em 10 dias, pois conseguiu um aparelho que ajudará no tratamento em casa.

A notícia já deixa a equipe do hospital dividida entre felicidade e saudade, pois mesmo na enfermidade Aparecida é motivo diário de inspiração a todos.

Quer ajudar essa guerreira com a doação de barbantes? Ligue pra o telefone: (67) 99903-4964.

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