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MP flagra cães se alimentando de restos humanos em covas

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Uma vistoria realizada pelo promotor Flávio Gomes da Costa, do Ministério Público Estadual, no cemitério público São José, o maior de Maceió, flagrou cachorros roendo ossadas humanas, covas rasas (com corpos à mostra) e restos humanos espalhados em vários locais.

“Este lugar pede socorro”, disse o integrante do MP. “Não existe respeito alguma à memória dos mortos”, completou.

A vistoria faz parte de uma lista de ações, que será pedida pelo promotor à prefeitura da capital alagoana. O cemitério está interditado desde 14 de novembro por conta da situação classificada como “precária”. Novos enterros não podem ser realizados.

“Muitas covas estão sem identificação, já que as famílias quando enterram não fincam as cruzes com os dados dos mortos, como nomes e datas. Com isso, fica impossível saber se no local há alguém enterrado ou mesmo de quem se trata. Se eu dou um passo, tem pelo menos quatro corpos debaixo de mim. E se a família não identificar o local, só vamos poder recorrer à minha memória”, disse o coveiro José Cícero, que acompanhou o promotor na vistoria.

De acordo com o administrador do cemitério, Jorge Cunha, a situação se agrava a cada ano. “São 100 anos de cemitério e antigos gestores foram deixando a situação se agravar desta forma. Vocês constataram que onde se pisa estamos em cima de restos mortais. Quando chove a água coloca os sacos com os ossos para fora da terra. Então é importante a viabilização da Prefeitura para resolver o problema”, disse Cunha.

Em julho, investigação da Polícia Civil mostrou que corpos de pessoas executadas por grupo de extermínio que atuava no bairro do Trapiche da Barra (próximo ao cemitério) eram enterradas no São José, sem identificação. Acusado pela polícia de liderar o grupo, Junior Barbosa depôs ao MP sob delação premiada e deu nomes de deputados, juízes e desembargadores que integram esquema de tráfico de drogas no Estado.

Ainda de acordo com ele, ossadas do São José eram usadas para ritual de magia negra. Nomes de políticos eram postos, em pedaços de papel, na boca das vítimas executadas pelo grupo de extermínio para “atrasar” a vida política deles. A ação era a mando de desafetos eleitorais.

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