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Novela mexicana

Missão é missão, família é família, dizem os generais

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Autor/Imagem:
Ka Ferriche

Novela encerrada, é hora de arrematar as razões. Com a exoneração de Gustavo Bebianno, o ministro Sergio Moro terá mais essa missão, de dimensão infinitamente menor que outras, para as quais está escalado como, por exemplo, desvendar como foi arquitetado o plano para assassinar o presidente Bolsonaro. Será fácil saber o destino e as razões que fizeram R$ 400 mil não suficientes para eleger uma candidata em Pernambuco desaparecerem. Milhares de candidaturas passaram pelo mesmo processo, inclusive a disputa de Fernando Haddad, que jamais foi candidato enquanto Lula era candidato, é o maior laranja das últimas eleições, com farta documentação disponível.

A lei precisa ser revista para evitar manobras fraudulentas, de difícil apuração. Muitas vezes os partidos apostam e investem em candidatos sem qualquer chance. Nesses casos, pode ou não ser fraude mesmo, mas são evidências pós eleição. Moro é competente para elucidar caso a caso. São milhares. Pérolas aos porcos, velho ditado que infelizmente pode estar a caminho. O que importa, agora, no momento em que dois ex-presidentes comparecem a uma emissora de rádio, sentam lado a lado, submetidos a uma arguição objetiva e humilde – por parte deles-, coisa que é efeito do fator Bolsonaro, com certeza, por que não fariam isso em um cenário pretérito, para comentar o episódio.

A situação política não desqualifica a opinião de ambos, especialmente de FHC, metralhado por surrupiar, segundo a situação, o sentimento à direita do planeta e de ter negado apoio ao correligionário José Serra e de ter orgasmo ao entregar a faixa presidencial ao criminoso Lula da Silva, muito mais à esquerda, e pronto – segundo avaliação dele – para ser o Fidel Castro brasileiro. Sem arrependimento!

Mas é bom filtrar a experiência de ambos, Temer e FHC. São unânimes em afirmar que é fundamental separar o Estado da família. Foram presidentes. Militares fazem isso. Militares graduados fazem muito mais. Vivem assim, missão é missão, família é família. Não basta ter a caneta. O frenesi adolescente de quem fez um gol, com milhares de apoiadores, não sobrevive à inteligência da imprensa não comprometida que será sobrevivente se algo ferir princípios básicos: a ordem, a justiça, os direitos individuais, a verdade.

Generais não toleram bilu bilu de revoltados. Acham frescura. E é frescura, segundo a grande imprensa que apontou questões pessoais, após a separação de Bolsonaro, quando Carlos deu piti, e ganhou o mimo de navegar no Rolls Royce, mandando o general Mourão, que deveria estar no seu lugar, como em todas as posses, a um segundo plano.

Generais são cartesianos, presidente é presidente, família é família. Agora o problema é grande, não vai se resolver pelas redes sociais, que, aliás, tiveram uma queda vertiginosa no engajamento após a eleição. Perderam todos. Podem ter ferrado o pai, que será iludido pelo apoio nas redes sociais que não traduzem a interpretação do fato consumado.

Blindar Jair Bolsonaro, legitimamente eleito, para a presidência da República – ninguém votou em seus filhos para o cargo – está ficando difícil. Se Jair Bolsonaro não entender isso, se seus filhos não cumprirem suas responsabilidades e deixarem seu pai em paz, nas mãos seguras dos generais, estarão cometendo o maior dos equívocos.

Já detonaram um ministro, devem ter suas razões, não claras até agora, mas a homenagem ao general Mourão é malandragem? Mourão também é carioca. O Brasil muda de opinião de uma hora pra outra. Certo é certo, errado é errado, que diga o Flávio, cheio de satisfações para dar. E se Moro disser que Flávio foi culpado nas acusações que recebe agora? Capitão é capitão, general é general. Dane-se se o pai é presidente, é o que eles não pensam. Entenderam? Prestem atenção! Já está incomodando esse cenário.

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