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Sapos e mariposas

Motivos visíveis e invisíveis do fracasso na corrida ao Buriti

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Autor/Imagem:
General Paulo Chagas

Caros amigos

Acabo de encerrar uma incursão na política que me proporcionou muitos ensinamentos, todos muito úteis para o meu compromisso com o Brasil.

Dispus-me a ser o Governador do Distrito Federal, a governar como um servidor e a provar que é possível fazê-lo com simplicidade, objetividade, honestidade, austeridade e entusiasmo, visando apenas e tão somente o interesse público.

Não obtive o êxito que me propus a alcançar na disputa eleitoral, mas fui mais além do que a lógica aparente me permitiria almejar.

Sempre fui, e continuo sendo, um fiel adepto da máxima de que “mais vale a tristeza da derrota do que a vergonha de não ter lutado”, o que consola, mas não tira do resultado final o conceito e o gosto de derrota.

Muitos foram os motivos do insucesso, alguns visíveis e lógicos, como as regras do jogo, que favoreceram com recursos financeiros e tempo de exposição aos que as criaram, e, logicamente, o desinteresse da grande mídia pelos chamados “outsiders”, aqueles que, por não terem imagem pública nem dinheiro suficiente para construí-la em tempo hábil, foram excluídos das manchetes e de alguns dos debates mais importantes.

Soma-se a isso a indução ao “voto útil” – produzido pelas pesquisas maliciosas e mal feitas – e a traição do diretório do PSL/DF que vendido à “velha política” afastou-se de Jair Bolsonaro e criou a confusão entre os números 17 e 44.

No meu caso, deve ser adicionada ainda a negação ao discurso fácil, antiquado, emocionado e falso da demagogia e das promessas fora da realidade, mas agradáveis aos ouvidos dos desavisados ou dos que só se interessam por vantagens imediatas e que se negam a enxergar e a considerar as consequências nefastas do corporativismo irresponsável.

A honestidade de propósitos e a desambiguação pessoal que a formação militar impõe ao meu comportamento fizeram com que eu fosse, nesse ambiente hostil, como uma “mariposa em festa de sapos”. E foi aí que se esconderam os motivos invisíveis do fracasso, as “línguas” que se lançaram em minha direção e que, mesmo não me tendo alcançado, certamente boicotaram a impulsão do meu voo.

O tempo, a observação, a investigação, o conhecimento e a experiência me permitirão identificar com clareza até aonde chegaram essas “línguas” e as razões sentidas, mas ainda invisíveis, que se somaram aos motivos lógicos do resultado aquém do almejado.

Colho o ensejo desta análise muito superficial para agradecer ao PRP e aos que acreditaram e votaram nas propostas que apresentamos – muito bem elaboradas pelo Instituto Sagres -, assim como a lealdade e o empenho incondicional dos amigos e das amigas que voluntariamente cooperaram e ombrearam comigo nessa incursão. A eles devo a satisfação de termos chegado muito além do que a lógica da velha e carcomida política distrital imaginou que chegaríamos.

A todos o meu muito obrigado!

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