Mourão nada contra a maré do nazismo de Bolsonaro

Os nazistas nunca foram de esquerda. Esquerda é coisa de comunista. Mas, no frigir dos ovos, são dois regimes totalitários. São as faces de uma mesma moeda. Essa é a nova divergência que opõe os dois chefes do governo brasileiro. Um, titular, é Jair Bolsonaro; outro, eventual mandatário, é o vice Hamilton Mourão, que faz as vezes do Número 1 quando o titular está ausente.

Nesta terça, 2, no exercício da Presidência, Mourão, provocado por jornalistas, sinalizou divergência em relação ao conceito que Bolsonaro tem dessas ideologias. “De esquerda é o comunismo. Não resta a menor dúvida”, disse o vice. Segundo ele, nazismo e comunismo estão em lados opostos, embora sejam “faces de uma moeda só, o totalitarismo”, frisou.

Horas antes, em Israel – de onde regressa na quarta, 3 – Jair Bolsonaro afirmou concordar com o chanceler Ernesto Araújo em relação à avaliação de que o nazismo foi um movimento de esquerda. “Não há dúvida”, resumiu o presidente.

O ponto de vista de Mourão é outro. “De esquerda é o comunismo, né? Não resta a mínima dúvida. Quer dizer, acho que se a gente for olhar… Sou crítico contumaz dessa questão de direita e esquerda, acho que são ambas visões totalitárias de controle total da população, de desrespeito aos direitos humanos, que não se coadunam com o espírito que a gente busca para a humanidade”, declarou.

Mourão é crítico contumaz de extremos da direita e esquerda e insiste que nazismo e comunismo estão em lados opostos de uma mesma moeda. “Eu critico esquerda e direita. Acho que esquerda é quando tem visão onde o estado intervém mais na vida das pessoas, diferente de ser autoritário, isso é ser esquerda. E direita é você dar mais liberdade aos empreendedores, ter mais liberdade para poder estabelecer seus negócios, propriedade privada. Isso é o que eu acho de direita e esquerda. Nazismo e comunismo são duas faces de uma moeda só, o totalitarismo.”