Silêncio
No eco da tua ausência
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Não sei como domar o tempo,
pois a cada dia que se dissolve,
sua lembrança se entrelaça ao meu peito
como hera que cresce em silêncio,
desarmando-me com ternura e ausência.
A tristeza, feita de véus e sombras,
desce ao fundo do meu pensamento,
como ave que deseja o céu
para reencontrar a luz que um dia
guiou meus passos com doçura.
Você partiu deixando um silêncio
que não se cala
e minhas lágrimas, alquimia de dor,
escorrem como riachos de cristal,
misturando-se ao pranto das nuvens
que repousam nas cornijas do infinito.
O tempo, esse escultor de saudades,
segue seu curso enquanto espero,
e o vento, cúmplice da esperança,
sopra com brisa gentil,
tentando acalmar o que ainda pulsa
em seus suspiros não ditos.
Minhas fantasias são filhos dos delírios,
que acreditam que em algum lugar
as estrelas ainda brilham por nós,
mesmo perdidas no nevoeiro da memória
que luta contra o peso das ausências,
ecoando sua voz calada
nas paredes do tempo.
Onde quer que você esteja,
sei que meu pensamento voa até aí,
porque o sentimento que me habita
não se mede, não se apaga,
é sopro que busca seu coração
e ama mesmo que em silêncio