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De volta às origens

Nordeste é a princesinha de todos os brasileiros; e pt, sds

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Autor/Imagem:
Arimathéia Martins - Foto Acervo pessoal

Dono de paisagens exuberantes, cultura diversa, dinâmicas econômicas próprias e berço da colonização europeia, uma vez que nela ocorreu a descoberta do Brasil, a região Nordeste, com seus nove estados, não é apenas a maior do país. Politicamente, hoje ela é considerada uma das mais importantes, na medida em que consolidou, em 2022, a vitória do atual presidente da República.

E fez isso de forma consciente, embora alguns cientistas políticos afirmem que foi uma resposta ao preconceito do antecessor de Luiz Inácio Lula da Silva, que creditou a derrota nas últimas eleições gerais ao analfabetismo dos nordestinos. Para azar dele (o ex), o nordestino não esquece os ingratos.

Orgulhoso de ser filho de uma nordestina raiz, asseguro que o povo de Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe merece respeito pelo que são e, sobretudo, pelo que foram.

Para repelir qualquer citação ou alegação insultuosa, vale lembrar alguns nomes dos incontáveis nativos ilustres que, para honra do País, brilharam na história de nossa Nação nos diversos setores da atividade humana. Além dos marechais Deodoro da Fonseca e Floriano Peixoto, impossível que o brasileiro comum não se lembre de Anísio Teixeira, José de Alencar, Manuel Bandeira, Rachel de Queiroz, Ariano Suassuna e Paulo Freire.

Ignorar a contribuição de milhares de brasileiros da região ao País é ignorar a si mesmo. Digo isso porque, assim como os dois pés na África, a maioria esmagadora do nosso povo tem pelo menos um dos pés, uma das mãos ou a cabeça em um dos estados do Nordeste. Apesar de ter nascido no Sudeste, prazerosamente tenho correndo no corpo inteiro o sangue nordestino.

Valho-me do berço para também afirmar que, ao contrário do que dizem políticos inescrupulosos e sem conhecimento, não foi a esquerda a responsável pelo êxodo nordestino para São Paulo e Rio de Janeiro durante certo período de nossa história menos remota.

Na verdade, foi o esquecimento da União que contribuiu para essa migração. Os nordestinos deixaram suas cidades, seus estados em busca do sonho do milagre econômico, de uma oportunidade de transformarem suas vidas nas terras que prometiam prosperidade. Prometiam, mas nunca cumpriam.

Que o digam os governos de políticos que adoram odiar o Nordeste. Considerando que se trata de uma gente séria trabalhadora e assídua, esse povo é protagonista da urbanização nacional. Por isso, lugar de nordestino é onde o nordestino quiser.

Como nada é para sempre, os nordestinos estão voltando às suas origens. Mais interessante é o fato de o Nordeste ser hoje o primeiro, o segundo, o terceiro…e o nono destino de moradia e turismo interno, inclusive para aqueles que, no século passado, receberam os nordestinos com os braços meio abertos e as mãos fechadas. É a prova de que o tempo corrige os defeitos do ser humano.

Como não disponho de todo o espaço de Notibras para dignificar a região de minha mãe, hoje me limitarei a informar que, mais do que os pontos turísticos mais procurados do País, o Nordeste também é bastante popular e querido entre os viajantes de todos os cantos do mundo. Como já foi Copacabana, o litoral nordestino é hoje a princesinha de todos os brasileiros.

Ainda passarei um ano inteiro falando sobre o melhor litoral do Brasil, também conhecido como o Caribe brasileiro, a terra do sol e dos marechais. Quem me conhece sabe de onde estou falando. Amo amar o Nordeste, mas minha origem pajuçariana e maragogiana não permite mentir sobre, por exemplo, o fenômeno da natureza que é São Miguel dos Milagres, uma das cidades mais belas das Alagoas e do mundo.

Por enquanto, fico nisso. Voltarei falando sobre Fortaleza, João Pessoa, Aracaju, Salvador, Recife, Luís Correia (PI), de Natal ou de São Luís. Sem marmota, quem sabe um dia me quedarei na Jatiúca, na Ponta Verde, na Laje ou em Ibateguara. Até breve, meu povo querido.

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