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Olha aí, Chico

Nova CEB deixa Brasília no escuro durante o dia

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Autor/Imagem:
Carolina Paiva

Dizem (a lenda e a música) que ‘pau que nasce torto, não tem jeito morre torto’  e que ‘baiano burro, garanto que nasce morto’. Pode até ser verdade, mas, como tudo na vida, há exceções. Há aquele baiano, pessoa jurídica, inspirador de Chico Buarque. É o caso da Neoenergia, que acaba de comprar a preço de banana em fim de feira a Companhia Energética de Brasília. “Vai passar” a época dos apagões, prometeram os baianos. E hoje esses dirigentes ouvem como resposta um ‘vão trabalhar, vagabundos”.

O certo é que quando o assunto é energia elétrica, o caos invade Brasília. Moradores de Águas Claras, bairro de classe média alta, e de outras regiões de Brasília, estão ficando sem energia elétrica dia sim, o outro também. Quando menos se espera, um pico provoca um apagão momentâneo. Decorridos dois, três minutos, refaz-se a luz. Mera ilusão. Uma nova queda, e agora por tempo indeterminado.

Nesta sexta, 16, não foi diferente. O primeiro pico aconteceu por volta das 10h22; às 10h24 a energia voltou. Mas sumiu, como água entre os dedos, às 10h27. E somente às 14h43 voltou a aparecer. Isso mesmo. Mais de quatro horas sem energia elétrica.

Essa é uma situação comum desde que o Governo do Distrito Federal decidiu vender a Companhia Energética de Brasília para o grupo baiano Coelba, hápouco mais de um mês. De lá para cá, o usuário sofre com quedas bruscas de energia. A situação ficou tão grave, que já há usuários se organizando para mover uma ação popular contra a CEB por perdas e danos.

Há casos de crianças e idosos que passam um tempo interminável presos em elevadores; isso, quando não são obrigados a subir incontáveis degraus que levam, em alguns casos, a 30, 34 andares.

A situação fica ainda mais complicada em função da pandemia do novo coronavírus, que obriga grande parte da população economicamente ativa a desenvolver suas atividades remotamente. Procurada para esclarecer o que está acontecendo, a CEB não havia se manifestado até o fechamento desta matéria. Mas ficou com o pessoal um recado. Como diria Chico, amanhã vai ser outro dia. E se o povo cantar e seguir a canção, como sugere Vandré, a Nova CEB tomará um choque elétrico mortal em seus cofres.

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