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Sinal vermelho

Nova cepa da Covid manda jovens para a UTI

Publicado

Autor/Imagem:
Carolina Paiva, Edição

O aumento do número de jovens infectados pelo novo coronavírus em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) tem alarmado as autoridades de saúde do Distrito Federal. O registro de adolescentes e adultos contaminados com até 29 anos de idade ultrapassa 84,06 mil – e esbarra na faixa etária recordista de casos, de 30 a 39 anos, que tem 84,05 infectados.

Os efeitos da covid-19, que vinham sendo destemidos por essa parcela jovem da população, têm causado efeitos mais graves e contabilizando a superlotação dos hospitais no tratamento da doença.

Até a última atualização do Painel Covi-19 desse sábado (20), o número de jovens entre 20 e 24 anos contaminados pelo novo coronavírus (53,13 mil) é superior ao de cidadãos entre 50 e 59 anos (47,03) e o de idosos com 60 anos ou mais (42,26 mil).

De acordo com a Secretaria de Saúde, houve um aumento de 2.800% de internados com menos de 24 anos – número que saltou de 1 em janeiro para 30 em março. A doença que antes assustava mais a terceira idade, vem reduzindo cada vez mais na faixa etária de alta complexidade. No Hospital Regional da Asa Norte (Hran), referência no tratamento da covid no DF, a média de idade de pacientes internados já é de 47 anos.

Só nas UTIs públicas do Distrito Federal neste domingo (21) haviam 16 jovens com menos de 29 anos internados: dois com 23 anos, um com 24, dois com 25, dois com 26 anos, três com 27, quatro com 28, e um com 29 anos. Já na faixa etária entre 30 e 35 anos são mais 17 pessoas. Vale lembrar que, apesar de ter alguns leitos do Estado em unidades particulares, esse recorte não inclui as internações da rede privada.

Mesmo apresentando menos risco de desenvolverem doenças graves do que os idosos, os jovens têm sido acometidos pelas variações das novas cepas do vírus – e os casos, que antes eram poucos, se acumulam em volume e complicações. Nos Estados Unidos, esse grupo representa 20% da covid-19 com alta complexidade.

Novos hábitos
“Quando o vírus vai passando por mutações, ele reage de maneiras também variadas, de acordo com as características genéticas de cada um. A agressividade das cepas é grande”, explica a médica infectologista do Controle de Infecção Hospitalar do Hran Joana D’Arc Gonçalves
Especialistas alertam que a mudança de comportamento é fundamental na contenção do contágio. Não aglomerar é a principal delas, fazer a frequente assepsia das mãos e usar corretamente a máscara. Deixá-las em cima da mesa, do banco do carro ou no pescoço para comer, por exemplo, e depois voltar a colocá-la na boca, ajuda o vírus a proliferar.

“Quando o vírus vai passando por mutações, ele reage de maneiras também variadas, de acordo com as características genéticas de cada um. A agressividade das cepas é grande”, explica a médica infectologista do Controle de Infecção Hospitalar do Hran Joana D’Arc Gonçalves. “Além da agressão ao sistema imunológico, temos observado que essas pessoas com menos idade ficam ainda mais tempo internadas, o que faz com que mais leitos fiquem indisponíveis.”

Secretário-adjunto de assistência à Saúde do DF, Petrus Sanchez reforça que a presença de uma nova cepa variante nesta segunda onda da pandemia no Brasil tem afetado mais os jovens e os levando à intubação nas UTIs. “Temos aí um perfil epidemiológico distinto em um momento em que o idosos se recolhem em casa e os mais novos circulam, muitas vezes até de maneira ilegal, em horários proibidos, sem medo da doença.”

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