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Dindim do paraíso

Novela inspira negócio para faturar alto com velórios

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Autor/Imagem:
Carolina Paiva, Edição

O velório-homenagem de Caetana, personagem de Laura Cardoso na novela global O Outro Lado do Paraíso, foi uma das cenas mais comentadas nas redes sociais do último capítulo da trama. Ao hit de Pabllo Vittar, os presentes participaram da despedida regada à bebida, música e estilo próprio.

Da ficção para a realidade, a era moderna bate à porta do mercado mais conservador, rompendo paradigmas e reinventando estratégias comerciais, através da inovação tecnológica e da criatividade. A modernidade vem ao encontro de um setor que está em franco desenvolvimento.

Nos últimos cinco anos, o mercado fúnebre brasileiro cresceu cerca de 20%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). De acordo com o órgão, as atividades de gestão e manutenção de cemitérios, cremação e funerárias movimentam uma receita líquida de R$ 1,2 bilhão. A força do setor também pode ser vista na geração de empregos, que aumentou cerca de 150% em dez anos, de acordo com dados do Ministério do Trabalho e Emprego.

Os novos modelos de negócios cemiteriais têm em vista a clientela com ideias progressistas com relação a morte. No Rio de Janeiro, um dos campos santos mais tradicional da cidade, o Crematório e Cemitério da Penitência (1875), passa por processo de modernização, com pretensão de ser o mais avançados complexo do país. O investimento de R$ 100 milhões inclui a ampliação da área construída e, especialmente, a implantação de serviços vips e personalizados.

Com o status de quem abriga grande parte da colônia portuguesa que veio para o Brasil no período Imperial, o Crematório e Cemitério da Penitência está revigorando a sua estrutura para atender a despedidas glamourosas. As alternativas para incrementar a partida de quem se ama são personalizadas.

Os velórios podem ser otimizados com músicos (flautista, saxofonista ou violinista), chuva de pétalas de rosas, cenários temáticos (céu e mar), leitura de carta pessoal (espécie de curriculum do que o falecido construiu em vida) e a solenidade, transmitida online. Tem até transformação de cinzas em diamantes e pingentes.

O tom de glamour vai depender do desejo do contratante, que terá à disposição uma capela ecumênica no modelo de anfiteatro. “Fazemos convites para a cerimônia especial de bênção. Nossa proposta é homenagear quem se foi, já que são importantes para a família. É, justamente, a família quem nos ajuda a desenhar esse cerimonial”, diz Alberto Brenner Junior, administrador do Cemitério de Penitência.

A produção não termina no velório. A urna pode ser conduzida até o jazigo um carro modelo limousine. Tem ainda as cerimônias especiais de aniversário de mês e ano de falecimento – Forever Premium e Forever Master. Nelas acontecem a reconstrução da vida do falecido em vídeo, cujo roteiro enfoca seus gostos, hobbys, amigos e objetos pessoais.

“Entendemos que os cemitérios devem ser centros de conveniência completos. Trabalhamos com o conceito de one-stop-shop, que é tendência em países de primeiro mundo e traz grandes benefícios para as famílias enlutadas. Ofertamos todos os tipos de serviço do setor em um mesmo lugar, evitando a já conhecida via crúcis enfrentada pelas famílias no Rio de Janeiro para resolverem as questões relativas ao enterro de seus entes”, lembra Rafael Azevedo, um dos diretores do Cemitério da Penitência.

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