O Mundo Sempre Vai Falar e Nós Sempre Vamos Seguir

Há um momento decisivo na vida em que finalmente entendemos: se déssemos ouvidos a tudo o que dizem sobre nós, não atravessaríamos nem a porta de casa. O mundo sempre vai falar porque é assim que ele funciona. Fala por tédio, por projeção, por medo, por incapacidade de olhar para a própria vida. Fala porque comentar a caminhada alheia é mais fácil do que começar a própria. E nós sabemos disso.

Sabemos que, se fôssemos moldar cada passo às opiniões soltas que cruzam nosso caminho, acabaríamos imóveis, paralisados, mendigando aprovação que nunca viria completa. Viveríamos como sombras de nós mesmos, sempre temendo o julgamento de quem não tem coragem de se julgar.

Mas escolhemos o contrário. Escolhemos seguir. Escolhemos viver. Porque aprendemos que os comentários dizem muito mais sobre quem fala do que sobre quem é falado. E que não há existência forte, livre e verdadeira que não desperte olhares enviesados, ruídos de fundo e histórias inventadas.

Nós seguimos porque entendemos que nossa verdade é maior do que qualquer narrativa fabricada. Seguimos porque descobrimos que quem nos conhece de verdade não precisa de explicação e quem precisa, não merece. Seguimos porque nenhum grande caminho foi pavimentado com medo do que os outros pensariam. E, acima de tudo, seguimos porque reconhecemos o valor da nossa jornada.

O valor de cada recomeço, cada queda, cada cura, cada dia em que levantamos mesmo machucados. Se fôssemos viver para agradar vozes externas, nunca descobriríamos o som da nossa própria voz. E ela, essa sim, é a única que importa.

No fim, a verdade que nos sustenta é simples e libertadora: se déssemos atenção ao que falam de nós, nunca sairíamos de casa. Mas, como escolhemos a vida, deixamos que falem e caminhamos mesmo assim.