O que só a Lua entende, como os murmúrios da alma

Sob o véu prateado da noite,

há um suspiro sussurrado que apenas ela escuta,

uma palavra não dita,

pairando no ar como um segredo entre nós e o infinito.

A lua, eterna confidente de sonhos adormecidos,

guarda os amores que não ousaram florescer,

as promessas que o vento não conseguiu levar.

Em sua luz silenciosa,

refletem-se histórias que jamais puderam se traduzir em palavras.

Ela compreende o peso do que escondemos,

a dor que transborda em silêncio,

e a chama tímida da esperança

que reluz mesmo quando parece se apagar.

A lua vê os murmúrios da alma,

ouve os ecos que não ousamos pronunciar.

Enxerga além do véu dos olhos,

onde o coração guarda seus mais profundos segredos.

Ela é espelho para o que evitamos confrontar,

abrigo para o que tememos admitir.

O amor que nunca se fez carne

vive nas sombras do seu brilho.

Os beijos que nos roubaram o fôlego

residem na dança de suas penumbras.

E os desejos que se aprisionaram

nos silêncios da noite

são sussurros eternos que ela guarda.

Só a lua entende a dor dos silêncios,

a distância dos corpos que nunca se encontraram,

e a solidão de corações que, mesmo separados,

insistem em se procurar entre as trevas.

E ainda que o mundo apresse o amanhecer,

ainda que o dia roube a quietude da noite,

a lua continuará a guardar os segredos não ditos,

as histórias que nunca aconteceram,

mas que sempre pulsaram no íntimo de nosso ser.