Pum
O QUE SOBROU DO CÉU
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A mãe do casal de gêmeos tinha excêntricas teorias sobre os Puns. Sim, os flatos, os peidos.
“Elevadores são cavernas cruéis e insuportáveis. Ambiente predileto dos ‘Punzeiros’. Naquele local mínimo, os seres se revelam pelos Puns. E deixam os seus rastros em odores e cenas inacreditáveis”.
Anos depois a mãe morreu em um acidente no Metrô.
Os gêmeos, Davi e Esmeralda, com 16 anos, tiveram de se agarrar às memórias – e algumas teorias – da mãe, Iraci.
Seguiram pesquisando os ‘Punzeiros’ de elevadores.
Tempos depois, resolveram passar a limpo a influência de Iraci.
Chegaram a um ponto sem saída.
“Se tudo é resultado de um Pum de metano/carbono, o que significa tudo isto… A vida?”.
Os humanos não sabem, mas há histórias e caminhos que se assemelham a um planeta-ovo que precisa de temperatura alta, aquecimento, para o Pum inicial.
Passado o luto e parte da morte pela morte da mãe eles decidiram ir mais fundo nas pesquisas.
Chegaram à conclusão total.
“Seres humanos nasceram do Pum e – depois de crescerem como ‘civilização’ -, chegaram ao estágio final: o planeta é limitado e explodirá feito um grande Pum”.
Naquela noite dormiram em paz e dando vários Puns.
O amor, os mistérios, as surpresas são feitas de Puns; sentimentos e sensibilidades aprisionadas em elevadores, trancafiadas em mundos particulares.
Apenas no Céu (ou no inferno?), os seres ditos humanos darão Puns sinceros e existenciais.
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Gilberto Motta é escritor, jornalista, professor/pesquisador e amante respeitoso dos Puns. “Põe pra fora que aqui tem mais espaço!”. Vive na Guarda do Emabú SC.