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Nu com a mão no bolso

Olhando bem, o Toro Endurance é pobre em detalhes

Publicado

Autor/Imagem:
José Antônio Leme

Em 1987, a banda Ultraje a Rigor colocou na boca de todos o refrão “pelado, pelado, nu com a mão no bolso!”. A nova versão de entrada da Fiat Toro na linha 2019, a Endurance, não te deixa com a mão no bolso. Contudo, perdeu muitos equipamentos para manter a tabela da picape em R$ 90.990. A antiga versão de entrada, Freedom, virou uma intermediária a bem mais: R$ 102.990.

De série, a Toro Endurance traz controles de estabilidade e tração, ar-condicionado, direção elétrica, assistente de partida em rampa. Há ainda sensor de pressão nos pneus, start-stop e rodas de aço. A lista ausências de série é bem maior: rack de teto, alarme, ajuste elétrico dos retrovisores. Em falta também estão o porta-objetos central com apoio de braço (há apenas um buraco no lugar), faróis de neblina, sensor de obstáculos traseiro, capota marítima e rádio.

Quem quiser curtir um som precisa investir R$ 1.000 no mesmo rádio AM/FM do Mobi ou R$ 3.300 na central multimídia. A Toro Endurance traz leitor de DVD, MP3, entrada USB, conexão Bluetooth (sem reprodução de áudio, apenas para ligações) GPS e tela sensível ao toque. Parece bom, mas tanto no aspecto quanto nas funcionalidades de comandos na tela a interface parece antiquada.

Há um pacote de R$ 2.490 que adiciona os espelhos elétricos, alarme, faróis de neblina, rack no teto e sensor de estacionamento na traseira. Com isso, sem contar os pacotes de opcionais disponíveis destinados apenas a acabamento, o preço já vai para R$ 96.780.

No visual, a ausência dos detalhes cromados na dianteira da picape, os faróis de neblina e o rack de teto deixam clara a sensação de que os projetistas não pensaram nela “pelada” assim. As maçanetas sem acabamento na cor do veículo também dão um apelo menos requintado para a picape. Ainda assim, bruta, ela não traz a imagem necessária de uma “Toro feita para o trabalho”.

O interior tem painel com boa visualização dos dados. O volante oferece uma boa empunhadura e a qualidade do acabamento é de acordo com o preço do carro. O defeito maior é a falta de porta-objetos – de série para todas as versões. Há apenas um porta-copos no console central e nas portas, e o que sobra é diminuto. Há bom espaço para quatro adultos. O quinto ocupante, do meio do banco traseiro, não viaja com conforto.

O conjunto mecânico é o básico da picape, com motor 1.8 flexível de até 139 cv e 19,2 mkgf, associado ao câmbio automático de seis marchas. Na cidade, não há muito o que reclamar. Em geral, a dupla não é exigida e consegue atender bem as expectativas do motorista.

Na estrada, a picape consegue desenvolver um bom desempenho se estiver embalada. Caso precise retomar, o som do motor invade a cabine e é preciso paciência, já que as respostas são lentas. Dependendo da subida, é melhor acionar a tecla Sport, que segura o giro e melhora um pouco o comportamento, retardando as trocas de marcha.

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