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Síndrome de Estocolmo

Operação Alabama identifica infiltrado na segurança de Lula

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Autor/Imagem:
José Seabra - Diretor Editor/Foto Reprodução

Vamos combinar assim: eu faço, tu fazes, ele faz. Depois, quando o ‘homi’ for eleito, a gente tira na porrinha, no par ou ímpar ou qualquer outra modalidade de disputa, para saber quem será o quê na linha de comando no próximo governo, táokay? Os cargos visados são três: Secretaria Nacional de Segurança, Abin e Polícia Federal.

Até parece conversa de botequim entre dois postulantes a cargos de chefia de três áreas estratégicas no restrito campo da segurança a nível nacional. A primeira conversa, entre dois interlocutores supostamente poderosos, foi realmente numa mesa de bar. A sequência, já com o eu, o tu e o ele, aconteceu em gabinetes fechados na sede da Polícia Federal em Brasília.

Os três são experientes delegados, rescaldo de um velho grupo que insiste em determinar quem fará o quê na corporação. Consideram-se ases de ouro, copa e espada. Entendem que Bolsonaro é ficha paraguaia e jogam prematuramente com as cartas que acreditam ter nas mangas, numa eventual vitória de Lula.

Como cada um tem uma fatia de pseuda responsabilidade na segurança do petista durante a campanha eleitoral, eles procuram, a seu modo, demonstrar diferentes afagos. Já abordamos aqui o modus operandi de dois deles. Agora chegou a vez do terceiro, codinome O Infiltrado.

A estratégia do trio foi descoberta por delegados e agentes da PF progressista, que decidiram criar, à revelia da direção da Polícia Federal, a Operação Alabama, um grupo camuflado que acompanha de perto os passos de Lula, para evitar que o presidenciável da coligação Volta da Esperança sofra algum atentado. Esses servidores, que abominam a  ingerência do Palácio do Planalto na instituição, temem – e levam a sério – o grau máximo (5) de risco que cerca o petista.

O novo personagem entre aqueles três fictícios Mosqueteiros do Mal, é o delegado Rivaldo Venâncio. Seu papel, numa estratégia traçada ainda quando Lula estava detido na superintendência da Polícia Federal em Curitiba, transporta ao famoso caso da Síndrome de Estocolmo.

A história registra que há 49 anos tinha início no centro da capital sueca um assalto a banco. O assaltante, numa polidez disfarçada, conquistou a simpatia dos reféns. Feita a prisão, os ‘sequestrados’ defenderam a vítima.

O certo é que, dada a aproximação após seis dias de confinamento e de gentilezas por parte do assaltante, as vítimas não conseguiam perceber a situação de violência imposta e deturpavam a realidade como mecanismo de defesa por medo de retaliação. Enxergavam, assim, o algoz como um protetor.

A despedida entre sequestrador e reféns foi com fortes abraços. Atrás das grades após julgado e condenado, o assaltante-mor, tendo inclusive sendo defendido durante o julgamento, passou a ser visitado por dois reféns durante o cumprimento da pena.

Essa captura emocional não é exclusividade de um grupo. Conforme já foi dito aqui, quando da prisão injusta na antessala do heliponto da Polícia Federal em Curitiba, um delegado era autorizado por Maurício Valeixo, então superintendente e depois diretor da PF na gestão de Sérgio Moro, a oferecer leitura e principalmente um ombro amigo àquele cuja liberdade física fora limitada pela perseguição judicial que garantiu a eleição de um despreparado para a chefia do Poder Executivo Federal.

Sim. A cúpula da Polícia Federal se interessa em sequestrar a simpatia de todos aqueles que possam chegar ao poder, para que sempre os mesmos possam comandar a instituição, não importa qual o governante.

Rivaldo Venâncio, atualmente o chefe de equipe substituto da segurança da PF ao candidato Lula, seguiu a cartilha de conquistar mente e coração daquele que estava em situação desfavorável, oferecendo-lhe pequenas cortesias para colher não só a simpatia, mas capturar a preferência estratégica de um potencial e cada vez mais certo futuro presidente da República.

Um dos coordenadores da Operação Alabama comenta o que está acontecendo. Como se dá tal travessia? Por certo que não é nada ao acaso. Onde querem chegar? Manterem-se, lógico, nos cargos de confiança, independente de quem seja o governante. E para quê? Ora, para mostrarem aqueles ases de ouro, copa e espada.

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