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Caso de polícia

Oposição passional e doentia triunfa no Brasil como nulidade política

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Autor/Imagem:
Armando Cardoso - Foto de Arquivo

Do latim opposition, oposição é o ato ou efeito de ser opor ou de se colocar contra algo ou alguém. Em política, a referência são os partidos contrários ao governo da hora. Portanto, considerando que toda unanimidade é burra, é natural que a oposição exista e seja forte em todos os segmentos da vida, notadamente na política. Todavia, seguindo o aconselhamento de mestres do saber, só tem o direito de criticar aquele que pretende ajudar. É muito fácil criticar os outros quando se é oposição. O difícil é agradar a todos quando se toma uma decisão.

No Brasil de hoje, o agrado é uma decorrência natural dos valores postos à mesa. O governo Lula 3 está aos peidos. Por que, em lugar de impedimentos e obstáculos para realização de propostas benéficas para o povo, a oposição passional, doentia e fundamentalista liderada pela família Bolsonaro não se une para recuperar o poder em 2026? Faltam candidatos? Faltam ideias? Faltam votos? Falta apelo financeiro? Talvez falte de tudo um pouco. O que também está faltando aos deputados e senadores da direita mercantilista e bajuladora é entender que uma oposição incompetente e servil é um mal para a sociedade e para a democracia.

Democracia sem oposição é ditadura. Na mesma proporção, oposição que trabalha para emparedar governos e amputar governantes é pior do que qualquer ditadura. Deliberadamente abandonando o Brasil e o povo brasileiro à própria sorte, a oposição no Congresso Nacional trabalha de forma clara e deliberada contra Lula da Silva. Liderados por lendas, os oposicionistas são doutrinados para criticar, desqualificar e desabonar o governo como se fossem paladinos da moralidade. O objetivo principal é voltar a ser situação. Faz parte do jogo, desde que joguem conforme as regras definidas pela legislação eleitoral.

Muito mais letal é o caso do PL de Valdemar Costa Neto e das legendas que orbitam em torno do ex-presidente Jair Bolsonaro. Ao contrário do que juram que estão fazendo o bem à nação, juntos eles fazem oposição sistemática à pátria que falsamente idolatram. Querer ganhar no grito é feio, ilegal, imoral e covarde. Na melhor das hipóteses, esse tipo de oposição facilita governos majoritários e manipuladores. Na pior, se associa às cegas à tirania, esquecendo que, depois de consolidados, os ditadores naturalmente se voltam contra os capachos de ocasião.

Como dizia Rui Barbosa, um de nossos maiores defensores da liberdade, a doutrina que reserva à oposição o direito de criticar sem aconselhar e de destruir sem se comprometer, é desleal e insensata. Ótimos para criticar e péssimos para ouvir críticas, os liderados pelos extremistas da direita se unem aos mais sábios na arte de antecipar condenações e destilar ódio de forma veemente e destrutiva porque sabem que, sozinhos, acabarão nas trevas. Em outras palavras, triunfarão como nulidades.

No Brasil e no mundo, grandes almas sempre encontraram forte oposição de mentes medíocres. Nelas, se inclui a esquerda, a direita, o centro e, de modo mais objetivo, a extrema-direita sem lastro e sem direção. Vale lembrar que os extremistas foram situação em passado bem recente. Que situação! Por fim, os manuais políticos deveriam destacar que, para ser oposição não é preciso fazer oposição sobre qualquer coisa e o tempo todo. Parar e calar também é fazer oposição. Parafraseando Eça de Queiroz, o pior é quando, para dar um golpe na cabeça de um presidente ou de um ministro, a oposição atravessa cruelmente o peito da Justiça. Aí é caso de polícia.

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Armando Cardoso é presidente do Conselho Editorial de Notibras

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