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Mostra macabra

Oxford acaba com museu mórbido de cabeças

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Autor/Imagem:
Bartô Granja, Edição

Por 80 anos, os visitantes do museu Pitt Rivers em Oxford, no Reino Unido, podiam visitar uma parte da coleção que muitas pessoas descreveriam como chocante e macabra. Os itens em exibição incluíam crânios e cabeças humanas encolhidas coletados por ‘exploradores’ europeus em suas viagens às Américas e à Índia.

Mas desde a terça-feira, 22, isso mudou. Como parte do “processo de descolonização” do museu, cerca de 120 restos mortais foram cuidadosamente removidos da exibição.

Eles incluem tsantsas, cabeças encolhidas feitas por tribos amazônicas com os corpos de seus inimigos derrotados, e crânios de prisioneiros capturados pelo povo Naga no norte da Índia.

“As cabeças eram uma das maiores atrações do museu, mas em vez de fornecer uma compreensão mais profunda sobre outras culturas, elas estavam reforçando estereótipos sobre esses povos serem ‘selvagens’, ‘primitivos’ ou ‘horríveis'”, diz Laura Van Broekhoven, diretora do museu.

“A questão é que muita coisa aconteceu aqui mesmo na nossa terra. Ingleses eram enforcados e esquartejados e nunca mostramos isso. Mulheres foram queimadas vivas e não mostramos isso. Então por que sempre estamos exibindo as chamadas atrocidades de outras culturas e muito pouco de nossas próprias atrocidades?” diz Van Broekhoven.

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