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Omertà

Palocci é preso em São Paulo pela Lava Jato

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Marta Nobre

Antônio Palocci, ex-chefe da Casa Civil de Dilma Rousseff e ex-ministro a Fazenda de Lula foi preso nesta manhã em São Paulo, em mais uma nova fase da Operação Lava Jato.

Policiais federais cumprem 45 mandados judiciais, sendo 27 de busca e apreensão, três de prisão temporária e 15 de condução coercitiva em São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Bahia, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e no Distrito Federal. A ação foi batizada de “Omertà”.

As suspeitas sobre Palocci surgiram na delação de outro acusado na Lava Jato, o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa. Ele disse que, em 2010, Alberto Youssef lhe pediu R$ 2 milhões da cota de propinas do PP para a campanha presidencial da presidente Dilma Rousseff. O pedido teria sido feito por encomenda de Palocci.

O nome da operação (Omertà) é um termo da língua napolitana que define um código de honra de organizações mafiosas.

O ex-chefe de gabinete de Palocci, Juscelino Dourado, também foi preso durante a 35ª fase da Operação Lava Jato. As investigação aponta envolvimento de Palocci com corrupção no esquema de desvios na Petrobras. Dourado foi chefe de gabinete de Palocci na Fazenda, durante o governo Lula e acompanhava o ex-ministro desde a prefeitura de Ribeirão Preto (SP) – que foi administrada pelo ministro petista. Outro ex-assessor preso é Branislav Kontic. Ele atuou com Palocci na Casa Civil. Sociólogo de formação, “Brani”, como é conhecido, atuou com o ex-ministro também na época de deputado federal.

Nesta fase da operação Lava Jato são investigados indícios de uma relação criminosa entre o ex-ministro da Casa Civil e da Fazenda com o comando da principal empreiteira do País. Segundo a Polícia Federal, o investigado principal atuou diretamente como intermediário do grupo político do qual faz parte perante o Grupo Odebrecht.

Há indícios de que o ex-ministro atuou de forma direta a propiciar vantagens econômicas ao grupo empresarial nas mais diversas áreas de contratação com o Poder Público, tendo sido ele próprio e personagens de seu grupo político beneficiados com vultosos valores ilícitos.

Outro núcleo da investigação apura pagamentos efetuados pelo chamado “setor de operações estruturadas” do Grupo Odebrecht para diversos beneficiários que estão sendo alvo de medidas de busca e condução coercitiva.

São apuradas, dentre outros crimes, as práticas de corrupção, associação criminosa e lavagem de dinheiro. O nome “Omertà” dado à investigação policial é uma referência a origem italiana do codinome que a construtora usava para fazer referência ao principal investigado da fase (“italiano”), bem como ao voto de silêncio que imperava no Grupo Odebrecht que, ao ser quebrado por integrantes do “setor de operações estruturadas” permitiu o aprofundamento das investigações. Além disso, remete a postura atual do comando da empresa que se mostra relutante em assumir e descrever os crimes praticados.

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