Programando o GPS
Péra aí, meu Maranhão, que logo tô aí para curtir o São João
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Chegou aquela época do ano em que todo nordestino que mora fora do Nordeste começa a andar meio cabisbaixo, confuso, cheirando fumaça de milho assado no ar-condicionado do apartamento e jurando que ouviu uma sanfona tocando dentro do elevador. É isso mesmo: chegou o São João, e, com ele, aquela saudade que não tem freio nem frevo.
A festa junina está para o nordestino assim como o Natal está para o Papai Noel — é mais do que tradição, é missão de vida, é GPS emocional. Quando começa junho, a gente não quer saber de frio, de call às oito da manhã. A gente quer fogueira, quadrilha, cural, canjica, mingau, mungunzá, pamonha e forró até o pé pedir arrego.
Eu, particularmente, tô aqui no meio desse Brasilzão tentando manter a compostura, mas meu coração tá lá no Maranhão, batendo no compasso do bumba meu boi. Ah, o boi… só de lembrar do sotaque de matraca, eu fico com o olho cheio d’água.
Mas calma, minha terra, que eu já tô chegando. Já, já eu apareço aí, com meu sotaque que nunca perdeu a majestade.
Mascumpôco tô aí, meu Maranhão!
