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Vai ter queda-de-braço

Planalto dá sinais de impaciência com o Congresso

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Autor/Imagem:
Bartô Granja

O presidente Jair Bolsonaro está disposto a ir para a queda-de-braço com o Congresso Nacional para aprovar a reforma da Previdência Social. Se as mudanças não forem concretizadas, o Brasil quebra, diz ele. E se isso acontecer, a culpa será exclusiva dos parlamentares, que insistem, nas palavras do presidente, com a prática da velha política.

Velha política, no jargão dos novatos que chegaram à Câmara e Senado no turbilhão de votos que varreu muita gente do cenário, é sempre associada à tese de São Francisco de Assis, de que é dando que se recebe. Ou seja, o famoso toma-lá-dá-cá, uma moeda que sempre existiu nos acordos entre o Executivo e o Legislativo, que Bolsonaro repudia.

Se há atritos entre o Palácio do Planalto e o Congresso Nacional, disse o presidente no Chile, neste sábado, é porque muita gente não quer largar a “velha política”. Ele ponderou que “ responsabilidade no momento está com Parlamento brasileiro e eu confio na maioria dos parlamentares que está não é uma questão de governo Jair Bolsonaro, mas sim uma questão de Estado. É uma questão no Brasil de nós não enfrentarmos situações que outros países enfrentaram como, por exemplo, alguns da Europa”, disse.

“Os atritos acontecem mesmo eu estando calado, fora do Brasil. E acontecem na política lá dentro (do Congresso) porque alguns, não são todos, não querem largar a velha política”, enfatizou Bolsonaro.

Em seu desabafo, o presidente, embora não tenha citado nomes, lembrou ter recebido o governo em uma crise “ética, moral e econômica”, sinônimo de um Brasil “campeão da corrupção”. O ‘buraco’, segundo Bolsonaro, é profundo, mas há “grande chance de sair dele, desde que o País aprove as reformas, principalmente a da Previdência.”

“Como nós chegamos sem apoios políticos partidários escolhemos um ministério, com pessoas que queriam participar do governo por patriotismo. Montamos nosso ministério desagradando os políticos tradicionais”, pontuou Bolsonaro.

Entretanto, de acordo com o entendimento do presidente, apesar de os políticos tradicionais continuarem ocupando espaço, reagindo às mudanças que o Brasil necessita, “há uma parte não contaminada que tem compromissos com o Brasil”.

É justamente com esse grupo de ‘patriotas’ que o presidente pretende levar adiante as reformas. E na hora da queda-de-braço, ele espera sair vitorioso. Para isso, conta, inclusive, com o respaldo popular.

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