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PM paulista justifica repressão em manifestação e nega ter abusado da força

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Valmar Hupsel Filho

O comandante de policiamento da capital, Dimitrios Fyskatoris, disse nesta segunda-feira, 5, que a Policia Militar seguiu o protocolo interno, não cometeu excesso e salvou vidas no protesto contra o governo de Michel Temer que aconteceu neste domingo, 4, no trajeto entre a avenida Paulista e o Largo da Batata. “Não reconheço excesso. A Polícia Militar seguiu o protocolo”, disse.

Em entrevista coletiva convocada para dar resposta às acusações de uso excessivo e injustificável de força, o comandante responsável pelo policiamento do ato culpou os manifestantes pelo incidente que ocorreu após o fim do protesto na estação Faria Lima.

Na ocasião, a multidão foi dispersada em meio a bombas de gás lacrimogênio arremessadas pela Polícia. Entre os atingidos pelo gás estavam o senador Lindbergh Farias (PT-RJ), o deputado Paulo Teixeira (PT-SP) e o ex-ministro Roberto Amaral. Os parlamentares disseram hoje que vão denunciar junto à OEA o que consideram a ação truculenta da Polícia Militar de São Paulo no protesto.

Na visão de Fiskatoris, a PM agiu de forma reativa. “Durante todo o trajeto policiais militares foram recebidos com xingamentos e arremessos de latas, garrafas e pedaços de paus”, afirmou.

Sobre a denúncia que os parlamentares pretendem fazer contra a PM junto à OEA, o major Emerson Macedo, chefe da comunicação social da PM-SP, disse que não há necessidade porque a ação policial estava de acordo com princípios internacionais de direitos humanos.

“A policia Militar está alinhada a todos os princípios internacionais, inclusive o de direitos humanos. Não podemos confundir o discurso retórico com algo efetivamente prático. Respeitamos a opinião do senador e deputado mas entendemos que não há essa necessidade porque estamos alinhados com todos os princípios de Direitos Humanos”, disse.

De acordo com o balanço divulgado pela PM, 27 pessoas foram presas e não houve feridos. Não constam no registro as pessoas que foram agredidas por PMs, como o repórter da BBC Brasil, Felipe Souza. Ele registrou a agressão de policias mesmo depois de se identificar como jornalista. “No incidente que houve ontem, sem feridos, quantas vidas foram salvas?”, disse o coronel.

Presos – Segundo ele, os 27 presos foram abordados na rua Vergueiro, antes do protesto, porque estavam “em atitude suspeita”. Entre os detidos havia adolescentes que portavam equipamentos de proteção, como máscaras e óculos. “Eles serão indiciados por associação criminosa e corrupção de menores”.

Questionado sobre a diferença de atuação da polícia em protestos pró e contra o impeachment, o coronel disse que a policia não tem partido. Apesar de a PM não ter divulgado, no domingo, a estimativa de público da manifestação, o comandante afirmou que a operação trabalhou com a estimativa de 30 mil pessoas na Paulista.

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