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Haja espinafre

Popeye comemora 90 anos e a festa vem da Argentina

Publicado

Autor/Imagem:
Michael Cavna - The Washington Post

O marinheiro mais popular do mundo pode ser “forte até o fim”, mas não mostra sinais de que tão cedo esse fim chegará. O herói dos quadrinhos, que completou 90 anos em janeiro, ainda continua forte, personagem de desenho animado que tem mais de 10 milhões de fãs no Facebook. E no seu aniversário ele reaparece em quadrinhos e vídeos para uma nova geração.

Popeye estreou na tira em quadrinhos Thimble Theatre, de E.C. Segar (Elzie Crisler Segar), em 1929, no New York Journal e anos depois foi lançado seu primeiro desenho animado. E a dinâmica logo se estabeleceu: ele se alimentava de espinafre para ganhar força, derrotar o valentão Bluto (o nosso Brutus), seu rival, e salvar sua namorada Olive Oyl, Olívia Palito no Brasil.

Agora a King Features está homenageando o marinheiro – que ainda tem como marca registrada os antebraços volumosos, embora não esteja sempre com seu cachimbo feito de espiga de milho – com uma série de curtas animados, Popeye’s Island Adventures, no canal do YouTube Popeye and Friends.

E a King Features está convidando artistas famosos para desenhar os quadrinhos num tributo ao famoso Popeye’s Cartoon Club de Segar, onde trabalhos de arte de fãs eram compartilhados nas tiras. Um desses artistas convidados é o cartunista argentino Liniers (pseudônimo de Ricardo Siri) cujos famosos quadrinhos do Macanudo ela edita.

Liniers conversou com o The Washington Post e falou do seu amor por Popeye. Veja trechos da entrevista:

Quando começou sua história com o Popeye?

Garoto em Buenos Aires, na minha escola eram exibidos desenhos animados do Fleischer Studios e eu os adorava. Lembro-me de comer espinafre, que odiava, achando que meus músculos aumentariam instantaneamente. O que não ocorreu e durante um longo tempo odiei espinafre. Mas adorava Popeye!

Na sua visão, por que Popeye ainda é um ícone pop aos 90 anos de idade? Que mágica o faz durar tanto?

As crianças amam aventuras. E não é isso o que os marinheiros representam na nossa imaginação? São pessoas que se arriscam profissionalmente. Viajam pelo mundo. E se aventuram no desconhecido. E Popeye também é divertido. O Superman não era divertido. O Batman também não. Mas o Popeye é engraçado em toda situação perigosa que enfrenta.

Como reagiu quando a King pediu para você criar sua própria tira do Popeye?

Demorei um tempo para criar coragem e começar a desenhar, mas tão logo comecei percebi que ele era um velho amigo. Adorei realizar esse trabalho. A maneira como Segar desenha sempre me influenciou desde que comprei a coleção de desenhos animados do Popeye. Era a coleção dos 60 anos editada por Mike Higgs. Estudei a maneira como ele traçava e riscava o papel. Acho que essas velhas tiras são a razão pela qual eu ainda trabalho com tinta e caneta bico de pena.

Quem retrata seu Popeye favorito, de qualquer era, e por quê?

E. C. Segar. Adorei o fato de ele criar esse universo maluco e alternativo. Todos esses personagens bizarros que saíram do seu tinteiro e povoaram essa tira de modo tão absurdo e natural.

Há algum aspecto do Popeye que influenciou ou inspirou seu trabalho?

Acho que a influência mais importante é tentar criar um mundo que possa se sustentar por si só. Com personagens que parecem existir quase separados do seu criador.

Na sua visão, por que Popeye seduz eternamente as crianças?

Os incríveis antebraços! As crianças sabem que ele consegue realizar qualquer coisa com eles. E também a âncora tatuada no braço.

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