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Copa América

Por que não falamos sobre o hepta da seleção brasileira feminina?

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Autor/Imagem:
Pedro Nascimento, Edição

Nos últimos tempos alguns clubes começaram a investir no futebol feminino. O Santos e o Corinthians – que realizou uma ação chamando a atenção para o combate ao machismo, são dois bons exemplos.

Contudo nem mesmo o sucesso de jogadoras como Cristiane e Marta, esta considerada uma das maiores e mais vencedoras atletas da história do futebol feminino, são suficientes para chamar a atenção para a modalidade. Mas qual seria o problema?

Recentemente entrevistamos um grupo de mulheres jornalistas que criaram um site para debater futebol, mas também colocar na pauta os efeitos do machismo e também quais os principais obstáculos enfrentados pelas mulheres na comunicação e no esporte.

Para as Dibradoras o futebol ainda é mundo permeado por uma visão machista e que privilegia o homem. “Os homens também acham “sobrenatural” ver uma mulher falando do jogo, tática, escalação da equipe ou relembrando de resultados do passado. Ainda é chocante pra eles se depararem com uma mulher que entende do jogo tanto quanto eles”.

Neste sentido não há exemplo melhor do que a seleção feminina. Por exemplo, quantos de vocês sabiam que o time já conquistou não só o hexa, mas um heptacampeonato? No dia 22 de abril a seleção brasileira de futebol foi heptacampeã da Copa América ao derrotar a Colômbia por 3 a 0 e garantir vaga para os Jogos Olímpicos de Tóquio em 2020 e a Copa do Mundo. Detalhe, elas venceram de forma invicta.

Provavelmente ninguém ouviu falar sobre isso. Sem querer apontar o dedo, a mídia também tem culpa no cartório. Ora, os veículos de comunicação dão muito mais atenção para um jogo da terceira divisão (sem menosprezar ninguém) do que para um decisão de Copa do Mundo entre mulheres profissionais.

“Grande parte dos debates mais profundos sobre diversidade não está na grande mídia, infelizmente. Pouco se ouve essas pessoas ou lhes dão oportunidade de trabalho. Criam-se estereótipos para esses grupos (como as encenações que aparecem em novelas, por exemplo) sem ter uma profunda análise sobre o que cada pessoa desses grupos ouve, vive e enfrenta.

É preciso ter representatividade racial e LGBT na grande imprensa, nas emissoras de televisão, na cobertura de grandes eventos e por aí vai. É preciso trazer mais informação para a população, propor debates para melhor compreensão do tema, indicar leituras para que o brasileiro seja mais informado, consciente e menos preconceituoso” pontuam as Dibradoras.

Ou seja, para que os feitos não só de Marta ou Formiga, mas de todas as atletas sejam reverenciados com a amplitude que representam, é imprescindível uma mudança de postura de todos.

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