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PSD fica com Chinaglia e acirra disputa na Câmara

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A disputa pela presidência da Câmara dos Deputados, a dez dias da eleição, se intensifica com a decisão anunciada nesta quinta 22, pelo PSD, que tem 36 deputados, de apoiar o candidato do PT, Arlindo Chinaglia (SP). A legenda presidida por Gilberto Kassab, ministro das Cidades, também decidiu compor o bloco formado por PT, PCdoB e Pros.

Ao anunciar o apoio, o líder do partido na Casa, deputado Rogério Rosso (DF), disse que a decisão foi “tranquila. Fazemos isso com muita tranquilidade, com muita convicção, sabemos dos desafios que teremos na próxima legislatura”, disse Rosso durante entrevista coletiva para anunciar o apoio.

Chinaglia disse que o apoio é significativo e que pretende trabalhar para ampliar o bloco. “Vamos trabalhar juntos para ampliarmos esse bloco para termos uma chapa bastante forte para disputar a mesa e também as comissões”, disse o petista, que está na expectativa de que o PDT também anuncie apoio à sua candidatura.

Marcada para o dia 1º de fevereiro, a eleição já é considerada a mais disputada dos últimos anos, desde que o então deputado Severino Cavalcanti derrotou o petista Luís Eduardo Greenhalgh em 2005. Além de Chinaglia, também concorrem ao cargo o líder do PMDB, Eduardo Cunha, principal opositor do petista, e o líder do PSB, Júlio Delgado (MG).

Nesta semana, o líder do PMDB, acusou o governo de interferir na disputa. Na terça-feira, em entrevista a jornalistas, Cunha divulgou uma gravação em que um correligionário seu aparece conversando com um suposto policial federal, que o estaria chantageando para não revelar informações comprometedoras do líder do PMDB.

Na ocasião, o peemedebista insinuou a possibilidade de que a gravação teria sido feita pela cúpula da Polícia Federal a mando do governo. As acusações foram rechaçadas no dia seguinte pelo líder do governo Henrique Fontana (PT-RS), que as classificou como inaceitáveis.

“Se eu me sinto lesado e apareceu uma gravação que eu digo que é falsa, eu devo, com aquilo que chamo de uma tranquilidade institucional, pedir uma investigação. Mas não imediatamente politizar aquilo dizendo que seria algo forjado com o objetivo de interferir na disputa eleitoral”, afirmou o petista. Em resposta, Cunha postou mensagem em uma rede social chamando Fontana de “fraco” e “desagregador”.

Enquanto Cunha trocou acusações com o governo, Júlio Delgado aproveitou a semana para viajar em busca de apoios. Ele começou a semana indo ao Rio Grande do Sul, onde foi recebido pelo vice-presidente nacional do PSB, o gaúcho Beto Albuquerque, e pelo governador José Ivo Sartori (PMDB).  Hoje, o líder do PSB, que tem evitado comentar a troca de acusações entre petistas e peemedebistas, foi recebido no Palácio das Esmeraldas, em Goiânia, pelo governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB).

A postura de Delgado irritou o Solidariedade que divulgou nesta quinta-feira, nota em que disse considerar deixar o bloco de atuação parlamentar formado em dezembro passado com PSB, PPS e PV por causa da disputa pela presidência da Câmara. O partido apóia a candidatura de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), enquanto as demais siglas defendem a de Júlio Delgado (PSB-MG). A nota considera a candidatura do pessebista como “inviável” e “linha auxiliar” da candidatura de Arlindo Chinaglia (PT-SP), candidato do governo.

A eleição para a presidência da Câmara e a Mesa Diretora da Casa ocorrerá após a posse dos deputados para a próxima legislatura. Ela poderá ser realizada em até dois turnos, caso nenhum dos candidatos consiga a maioria absoluta dos votos. O mesmo vale para os cargos da Mesa. Neste caso, será realizada uma nova eleição para aquele cargo, ao qual concorrerão os dois candidatos mais votados na primeira eleição.

Luciano Nascimento, ABr
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